Publicidade

Brasil negocia abertura do setor de serviços na OMC

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil apresentou pedidos para que 18 países abram os setores de serviços e recebeu o mesmo pedido de 16 parceiros comerciais. As demandas fazem parte das negociações para a abertura do comércio de serviços em andamento na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Se observadas de forma geral, as demandas feitas ao Brasil englobam todos os onze setores em negociação (serviços empresariais, de comunicação, construção de engenharia, distribuição, educação, meio ambiente, financeiros, de saúde e social, de turismo e viagens, de recreação, culturais e esportivos, e de transportes). Mas há algumas peculiaridades. A Suíça, por exemplo, pede a liberalização dos serviços espaciais do Brasil. As Ilhas Maurício demandam a abertura do mercado para movimento temporário de pessoas. Já o Panamá quer acesso aos setores financeiro e de turismo. A Noruega pede liberalização para os segmentos de distribuição de energia, de exploração de petróleo e de transportes marítimos. Para os negociadores do Itamaraty, ainda não está claro o porquê de demanda tão específicas, mas as reuniões bilaterais com os países devem esclarecer a razão dos pedidos. Estados Unidos, União Européia e Canadá pedem ao Brasil a liberalização dos onze setores negociados. Entre os países que demandam do País estão ainda Taiwan, Japão, Coréia, Polônia e México. Pelas regras da OMC, as concessões são estendidas a todos os países-membros da entidade. Segundo o coordenador nacional adjunto da divisão de comércio de serviços e assuntos financeiros do Itamaraty, Felipe Hees, o Brasil pediu a liberalização total do comércio de serviços para Estados Unidos, União Européia, Japão e Canadá. Demandas menos abrangentes foram feitas a China, Índia, Coréia e Austrália. Já para Chile, Peru, Colômbia, Venezuela e Equador o Brasil fez pedidos bastante específicos, nas áreas de construção e de distribuição. O Brasil tem interesses exportadores nos segmentos de distribuição de produtos agrícolas, construção civil, software bancário, turismo e serviços audiovisuais (filmes e novelas, por exemplo). ?É um equívoco achar que o Brasil só tem a ganhar no comércio agrícola nas negociações internacionais?, afirmou. Dentro das negociações da OMC, o prazo final para ofertas e demandas de liberalização terminou em 30 de junho. Ainda há tempo para se completar a lista. A data final para a definição de métodos e modalidades da negociação é 31 de março do ano que vem. Na Alca, a apresentação das ofertas iniciais acontece entre 15 de dezembro deste ano e 15 de fevereiro de 2003.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.