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Brasil pede à UE fim de restrições à carne bovina

O Brasil pediu à União Européia (UE) o fim das restrições às importações de carne bovina originária de 14 municípios do Mato Grosso do Sul, fronteira com o Paraguai, e 50 municípios localizados ao norte do Mato Grosso

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil pediu à União Européia (UE) o fim das restrições às importações de carne bovina originária de 14 municípios do Mato Grosso do Sul, fronteira com o Paraguai, e 50 municípios localizados ao norte do Mato Grosso. Os europeus ainda não reconhecem as duas áreas como "livres de febre aftosa com vacinação", apesar de já terem o certificado da Organização Internacional de Epizootias (OIE), desde o fim do ano passado. O pedido foi reforçado esta semana, em Bruxelas, pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Abastecimento, Luís Carlos de Oliveira, que esteve com o diretor geral de saúde e defesa do consumidor da Comissão Européia, Robert Coleman. Os europeus, no entanto, evitam qualquer decisão sobre o assunto, mesmo com o pedido formal do Ministério da Agricultura brasileiro, que, no começo deste ano, já havia solicitado a visita de uma missão técnica da comunidade para verificar e confirmar a inexistência de risco de febre aftosa Nos animais criados nos dois estados. O governo brasileiro solicitou o fim da restrição, que existe desde 1992, na mesma época em que a Organização Internacional de Epizootias (OIE) concedeu aos dois estados o certificado de "área livre de aftosa com vacinação", mas a UE não aceitou. "Já houve uma missão técnica no Brasil, que pediu uma série de providências. Foram todas atendidas, inclusive a realização de novos exames de sorologia que mostraram a inexistência de incidência viral", disse o secretário Luiz Carlos de Oliveira. As exportações para a Europa provenientes somente do Mato Grosso podem crescer em torno de 70% caso a UE derrube a restrição, acredita o gerente de exportação do frigorifico Tangará, Ricardo Borges Simões, um dos quatro frigoríficos da região habilitados para exportar à UE. O Tangará, por exemplo, abate 12 mil cabeças por mês, mas 7 mil são provenientes da região interditada pela comunidade. Ou seja, segundo Simões, o frigorífico exporta hoje para o mercado comunitário 150 toneladas/mês, quando poderia exportar em torno de 500 toneladas, ou US$ 1,6 milhão. A UE é o maior mercado exportador para o Brasil, especialmente o Mato Grosso do Sul, que exporta 47% de sua carne. O valor das exportações brasileiras de carne bovina atinge em torno de US$ 800 milhões/ano. O Brasil exporta para Europa cerca de 600 mil toneladas/ano de carne bovina, das sete milhões de toneladas que produz. É considerado como o segundo maior produtor mundial, perdendo apenas para os Estados Unidos.

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