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Brasil pode ir à Justiça para conter aumento do gás, diz Mantega

Segundo Mantega, a medida é uma resposta à possibilidade da Bolívia aumentar o preço do produto, mas as perspectivas são de manutenção da cobrança

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil poderá recorrer à Justiça em Nova York, Estados Unidos, para garantir que não haja aumentos exorbitantes no preço do gás natural fornecido pela Bolívia. A informação foi dada nesta quarta-feira à Agência Estado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que admitiu que o preço do gás pode subir. "É óbvio que como os outros combustíveis subiram, como o petróleo subiu, a tendência é que o gás venha a subir", disse. Segundo ele, a Bolívia tem soberania para se apropriar do uso do solo - o Brasil já fez isso, outros países já fizeram. "Mas para o fornecimento de gás existe um contrato regido por leis internacionais que tem inclusive um tribunal de arbitragem, que é Nova York", informou o ministro. "Então, poderá haver discussão de preços." De acordo com Mantega, o acordo de fornecimento de gás entre Brasil e Bolívia "é antigo, vem do governo anterior". Quando o acordo foi firmado, os dois países escolheram Nova York como foro para dirimir divergências. O ministro disse que o Brasil poderá recorrer ao tribunal norte-americano para evitar que haja prejuízos à economia brasileira. Ele avalia que, mesmo que o preço do gás suba, isso não deverá ter reflexo na economia brasileira, nenhum pulo na inflação, porque a tendência é que a gente não aceite aumento de preços", disse. "As perspectivas são de manter o nível de preço", acrescentou. Mantega ressaltou que o fornecimento de gás "está garantido pelo governo boliviano". Surpresa Ainda, segundo o ministro, a decisão boliviana foi uma "surpresa" no quadro econômico brasileiro. No entanto, afirmou, ela não deverá interferir na perspectiva de crescimento, que é de 4% a 4,5% este ano. "Nos chama a atenção para a necessidade que o Brasil consiga a auto-suficiência também no gás e como já descobrimos reservas no litoral de São Paulo, em algum tempo nós também poderemos ter uma autonomia sobre isso, como já conseguimos em relação ao petróleo."

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