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Brasil pode ter programa nuclear mais ambicioso, diz El-Baradei

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Por Redação
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Mesmo com a perspectiva de o Brasil construir mais nove usinas nucleares até 2030, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed El-Baradei, avaliou nesta quinta-feira que o país pode ampliar e fortalecer seu programa nuclear como alternativa ao aquecimento global e à alta do petróleo. "O Brasil pode ter um programa nuclear mais ambicioso. O país tem tecnologia e matéria-prima (urânio)", disse El-Baradei em visita à usina de enriquecimento de urânio da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), em Resende, no sul do Rio de Janeiro. "Vejo com muito interesse a energia nuclear devido às mudanças climáticas e à alta do petróleo. A energia nuclear garante a independência", acrescentou o diretor-geral da AIEA, órgão ligado à Organização das Nações Unidas. Segundo ele, o consumo de energia no Brasil ainda pode ser considerado baixo e a fonte nuclear poderia ajudar a aumentar o consumo e a diversificar o uso da energia. "O consumo per capita no Brasil está em 2.600 kilowatts ao ano, cerca de um terço da média dos países desenvolvidos. O Brasil vai continuar necessitando desenvolver fontes de energia e tem que usar todas as formas possíveis, entre elas gás, hidroeletricidade e energia nuclear", disse El-Baradei O diretor-geral da AIEA informou que a agência vai fiscalizar de perto as unidades nucleares no Brasil, mas não está preocupado com a finalidade do uso do urânio no país. "O importante é ter certeza que a energia vai ser usada com alto grau de segurança e com fins pacíficos. Nossos inspetores estarão aqui", finalizou. A fábrica de enriquecimento de urânio em Resende foi inaugurada no ano passado e está em estágio operacional de produção de combustível nuclear. (Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

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