Brasil precisa aumentar corrente de comércio em 2022; leia análise de Sergio Vale

'Exportar mais é apenas uma parte da equação', escreve o economista-chefe da MB Associados

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Por Sergio Vale
Atualização:
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O ano de 2021 para o setor externo foi bastante positivo. Apesar da quebra de safra que se viu no agro, as exportações do setor foram muito favoráveis, o mesmo valendo para a indústria extrativa. O resultado poderia ter sido ainda melhor, como se esperava no começo do ano, salvo os números fortes que vieram das importações com a recuperação da economia. Não era incomum ouvirmos projeções de balança entre US$ 80 e 100 bilhões no começo do ano passado.

Para 2022, o cenário tende a voltar a uma expectativa mais positiva novamente. Com forte recuperação da produção agro, câmbio ainda muito favorável e preços de commodities ainda elevados, o saldo da balança comercial pode ficar na casa dos US$ 80 bilhões. Especialmente pela fraqueza esperada das importações, com crescimento doméstico mais fraco e câmbio elevado.

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Mas o que ainda salta aos olhos na balança comercial é a baixa corrente de comércio. A soma das importações e exportações sobre o PIB em 2021 alcançou parcos 31%, número dentre os mais baixos comparado com outros mercados emergentes e ainda mais distante comparado com os países desenvolvidos.

Exportar mais é apenas uma parte da equação. Aumentar a corrente de comércio é algo que virá com amplos acordos comerciais que permitam que o fluxo de comércio se intensifique. Isso será essencial se quisermos aumentar a competitividade da indústria. Defender o excessivo grau de protecionismo que o país enfrenta no setor até hoje é se dizer responsável importante pelo baixo nível de produtividade da economia.

Que em 2022 o governo continue costurando acordos comerciais com muito mais países e siga em negociação para destravar o da União Europeia. Esse acordo seria um marco importante se quisermos ampliar nossa capacidade comercial.

* Economista-chefe da MB Associados

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