PUBLICIDADE

Brasil preside reunião da OMC em Genebra

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil preside, hoje em Genebra, uma reunião entre 20 países da Organização Mundial do Comércio (OMC) com o objetivo de preparar as negociações comerciais da Rodada de Doha, que começam já na próxima semana e que devem ser concluídas até 2005. Apesar da eterna disputa entre Embraer e Bombardier, a delegação brasileira irá compartilhar a presidência da reunião com o Canadá, o que foi considerado por Ottawa como um sinal de que os dois países podem cooperar e manter um bom relacionamento apesar do contencioso no setor de jatos. Um dos focos do debate de hoje será sobre o comando das negociações da Rodada, lançadas em novembro do ano passado. Os Estados Unidos e a maioria dos países desenvolvidos concordam que o atual diretor da OMC, Mike Moore, ocupe a presidência do Comitê de Negociações Comerciais. O Brasil tem postura semelhante. "Não temos nenhum problema que Moore seja indicado para o cargo", afirma o subsecretário-geral de Assuntos de Integração, Econômicos e de Comércio, embaixador José Alfredo Graça Lima, que presidirá a reunião de hoje. O obstáculo, porém, vem do mais recente membro da OMC: a China. Juntamente com outros países em desenvolvimento, Pequim recusa a presença de Moore no comando das negociações. Caso seja eleito, Moore terá o poder de convocar reuniões e definir a agenda dos encontros, mas os chineses e outros governos acusam o atual diretor da OMC de adotar posturas que tendem à favorecer os países desenvolvidos. Outro tema da reunião de hoje será a estrutura das negociações. "Vamos analisar se a estrutura existente na OMC é adequada para as negociações ou se teremos que criar novos grupos e comitês", explica Graça Lima. Peregrinação A disputa pelo comando das negociações reflete a importância que a rodada terá para os interesses econômicos dos países nos próximos três anos. Nos últimos dias, a OMC foi local de uma verdadeira peregrinação de ministros do Comércio de vários países, que buscavam garantir que os interesses de seus países fossem considerados nas negociações que começam na semana que vem. Além de presidir a reunião de hoje, o governo brasileiro vêm tomando uma série de medidas com o objetivo de participar diretamente dos trabalhos na OMC. A última iniciativa foi apresentar a candidatura de um brasileiro, o embaixador Paulo Barthel-Rosa, para o cargo de diretor adjunto da OMC, a partir de meados do ano. Caso seja eleito, Barthel-Rosa será o primeiro brasileiro que ocupará um cargo entre os diretores da OMC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.