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Brasil puxa para baixo a economia latino-americana

O Indicador Ifo/FGV de Clima Econômico (ICE) da América Latina caiu de -9,1 pontos em janeiro de 2019 para -21,1 pontos em abril

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Por Redação
Atualização:

Com a deterioração tanto da situação atual da economia como das expectativas, o Brasil – ao lado do México – teve peso determinante na piora do clima econômico da América Latina, elaborado em parceria pelo instituto alemão Ifo e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Após dois trimestres consecutivos de recuperação, o Indicador Ifo/FGV de Clima Econômico (ICE) da América Latina caiu de -9,1 pontos em janeiro de 2019 para -21,1 pontos em abril. O Brasil pesa 38% no indicador e o México pesa 28%, seguidos da Argentina, com participação de 10,6%.

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Os principais problemas que limitam o crescimento econômico do Brasil são a corrupção e a infraestrutura inadequada, seguidos da falta de inovação e de barreiras legais e administrativas para os investidores. O Estado tem tudo que ver com essas questões, seja pela falta de prioridade para investir em infraestrutura, seja pela insuficiência de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e educação de ponta, seja pelo protecionismo. Nos itens corrupção e infraestrutura inadequada, o País é líder na região, ao lado da Venezuela.

O destaque positivo do Brasil vem da credibilidade do Banco Central e da política monetária, mas o País também gere razoavelmente bem sua dívida e a falta de capital não é vista como muito relevante.

Entre os Brics, o Brasil só ficou em melhor posição em relação à África do Sul, pois houve melhora no clima de Índia, Rússia e China. Em 2019, o clima econômico latino-americano seguiu na contramão do mundo, que melhorou apesar do contencioso entre Estados Unidos e China. A recuperação foi mais clara na União Europeia, nos Estados Unidos, na Alemanha, na França e no Reino Unido. Na América Latina, o ICE só registrou melhora na Colômbia e no Peru. A queda na Argentina foi muito acentuada e o índice foi negativo em 53,2 pontos, superando os recuos do Equador, do México e do Uruguai.

Entre os problemas brasileiros, destaca-se a demanda insuficiente, que registrou 81,3 pontos numa escala em que o máximo é de 100 pontos. A percepção de demanda insatisfatória no Brasil só é mais grave que a da Argentina, superando até a da Venezuela. Parece evidente que os indicadores brasileiros de desemprego e desalento são decisivos para explicar a fraqueza da economia e a falta de demanda de bens e serviços.

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