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Brasil quer ser parceiro comercial número um de Cuba

Afirmação foi do ministro das Celso Amorim, segundo quem os dois países vão criar fundo de financiamento

Por Efe
Atualização:

O Brasil expressou nesta sexta-feira, 30, sua intenção de se transformar no parceiro comercial número um de Cuba. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse no primeiro dia de uma visita à ilha - que deve durar dois dias - que "nesse momento novo e tão importante vivido por Cuba, o Brasil não quer ser o parceiro número dois ou número três. O Brasil quer ser o parceiro número um de Cuba".   Amorim, que há menos de cinco meses acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma viagem a Havana, se reuniu nesta sexta com o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, com quem assinou um acordo para o que chamou de "implementação do projeto de assistência técnica para a produção de soja em Cuba".   O chanceler brasileiro lembrou que as "excelentes relações" entre os dois países até agora sentiam falta de uma coisa mais concreta, uma situação que, na sua opinião, se reverteu e deu passagem a "uma nova fase" com a visita de Lula, em janeiro. "Nós temos a convicção de que Cuba está também se abrindo a uma nova fase de seu desenvolvimento, de sua evolução, e o Brasil quer estar ao lado de Cuba nessa nova fase", disse Amorim após se reunir com Pérez Roque.   O chanceler cubano concordou com Amorim ao afirmar que a visita dá "um novo impulso" aos temas sobre os quais os países trabalharam nos últimos meses. "Temos certeza de que esta visita constitui um momento de importância excepcional nas relações e deixará como esteira, como resultado, sem dúvidas, um novo impulso nas relações entre nossos países", disse Pérez Roque.   Logo no início do dia, Amorim já tinha mostrado seu otimismo sobre a "nova fase" das relações entre Cuba e Brasil, ao afirmar perante um grupo de empresários "o desejo firme e real" de seu país de fazer parte do "esforço de modernização da economia" levado adiante pela ilha.   Acompanhado por 22 representantes de empresas brasileiras de setores como construção, agricultura e de energia, o chanceler falou sobre desenvolvimento tecnológico, produção de alimentos e a respeito das infra-estruturas necessárias para contribuir para que Cuba dê um "grande salto" nos próximos anos. Para isso, Brasil e Cuba trabalham na ampliação dos créditos que desde janeiro favorecem o setor agroalimentar, através de um financiamento que já está em torno de US$ 200 milhões.   Amorim explicou aos jornalistas que os dois países trabalham para que "em duas ou três semanas" seja aberto um fundo de US$ 150 milhões para o financiamento de produtos industriais de serviços, maquinaria agrícola e construção de estradas, que poderia chegar a US$ 600 milhões. Além disso, o Brasil é o principal destino das exportações cubanas na área de biotecnologia e na indústria médico-farmacêutica, que manda 80% das exportações para os brasileiros.  

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