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Brasil registra déficit na balança comercial do petróleo

O déficit, nos primeiros cinco meses de 2006, foi de US$ 2,147 bilhões

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil registrou déficit de US$ 2,147 bilhões nos primeiros cinco meses do ano na balança comercial do petróleo, incluindo o óleo bruto, os derivados de petróleo e o gás natural. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e mostram que para o País alcançar a auto-suficiência no segmento, conforme tem anunciado a Petrobras, a produção interna terá de registrar forte aumento nos próximos meses. No acumulado em cinco meses, as exportações somaram US$ 3,674 bilhões para importações de US$ 5,822 bilhões. No mês de maio, isoladamente, o déficit comercial do setor somou US$ 712 milhões, o mais elevado do ano. Para um volume total de importações de US$ 1,284 bilhão e o País exportou US$ 571,93 milhões. Em janeiro, o Brasil havia contabilizado superávit comercial na conta comercial do setor (óleo bruto, derivados de gás natural) US$ 111,66 milhões, mas voltou a registrar déficits nos meses seguintes, somando US$ 525 milhões em fevereiro, US$ 624 milhões em março, US$ 397 milhões em abril e os US$ 712 milhões em maio. O aumento no déficit resultou principalmente do aumento das cotações do produto no mercado internacional. Pelos dados da ANP, o Brasil pagou cerca de US$ 71,7 por barril de petróleo em maio, com aumento de 32% em relação ao registrado em maio de 2005. A escalada de preços foi um constante este ano, com o barril sendo cotado em US$ 63,8 em janeiro, US$ 61,5 em fevereiro, US$ 64,84 em março e US$ 67,67 em abril. Gás boliviano Além do aumento nas cotações do óleo bruto, o País está gastando mais na compra do gás natural boliviano. Em cinco meses, o Brasil já importou o equivalente a US$ 585 milhões do país vizinho, sendo US$ 124,3 milhões apenas no mês de maio, com aumento de 67% em relação ao registrado em maio de 2005. O aumento resulta basicamente ao aumento dos preços, já que no volume importado o aumento foi de apenas 8% em maio deste ano, comparado a maio do ano passado. O governo boliviano anunciou a nacionalização das reservas daquele país no dia primeiro de maio e está pleiteando novos aumentos para o energético. Óleo bruto Além do gás natural, as compras de óleo bruto também pesaram muito na balança comercial do setor, ainda conforme os dados da ANP. Segundo a ANP, em cinco meses as exportações de petróleo bruto somaram US$ 2,088 bilhões para importações de US$ 3,603 bilhões, gerando um déficit de US$ 1,515 bilhões. Esse déficit é ficou cerca de US$ 353 milhões abaixo do observado nos cinco primeiros meses de 2005, com queda de 19%. Apenas no caso dos derivados de petróleo há um virtual equilíbrio no setor, já que o País conta com a produção de álcool, que libera volume expressivo de gasolina para exportação. Nesse caso há um virtual equilíbrio entre as exportações e as importações, conforme os dados da ANP. Nos cinco primeiros meses do ano, as exportações de derivados produtos somaram US$ 1,585 bilhão ante importações de US$ 1,633 bilhão, gerando déficit de US$ 47,659 milhões. Nos cinco primeiros meses de 2005, o segmento havia contabilizado déficit de US$ 248 milhões. Produção média A produção média de óleo e Liquefeito de Gás Natural (LGN) da Petrobras no Brasil em junho foi de 1,681 milhão de barris por dia em junho, uma redução de 6,2% em relação aos 1,792 milhão de barris/dia registrados em maio. Segundo a companhia, a queda deve-se à parada de manutenção programada de diversas plataformas no período: P-26 (Marlim), P-40 (Marlim Sul), FPSO-Brasil (Roncador) P-27 (Voador), P-25 (Albacora), P-31 (Albacora) e P-50 (Albacora Leste). A produção total, incluindo as atividades da Petrobras no exterior, também caiu, para 1,823 milhão de barris/dia, ante 1,933 milhão em maio. A produção média de gás natural no Brasil em junho, excluindo o volume liquefeito, foi de 44,5 milhões de metros cúbicos/dia, 2,2% abaixo dos 45,5 milhões apurados em maio. Segundo a empresa, a redução foi decorrente de flutuações de demanda. A produção total, incluindo as atividades no exterior, foi de 61,788 milhões de metros cúbicos, contra 62,453 milhões em maio.

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