Publicidade

Brasil será o 97º em crescimento em 2005

Por Agencia Estado
Atualização:

O crescimento da economia brasileira deverá ser o 97º maior do mundo em 2005, segundo um levantamento realizado pela consultoria Economist Intelligence Unit (EIU). Segundo o estudo, o PIB brasileiro deverá se expandir em 3,7%, um desempenho inferior ao de outros sete países latino-americanos, entre eles a Argentina, Chile e Venezuela. Outras grandes países emergentes que sistematicamente são relacionados como futuras potências econômicas, deverão ter um desempenho muito melhor do que o do Brasil. A China deverá crescer 8,1%, a Índia 7,7% e a economia russa tem uma expansão prevista de 6%. Entre essas "potências emergentes", apenas o México, com um crescimento previsto de 3,2%, está atrás do Brasil, ocupando a 113ª posição no ranking. O levantamento da EIU, que abrange 157 países, prevê que a Guiné Equatorial terá o maior crescimento econômico do mundo no próximo ano: 19,4%. Em seguida, os líderes na expansão do PIB em 2005 deverão ser a Libéria (15%), Azerbaijão (14%), Chade (14%), Geórgia (12%), Iraque e Angola (11,9%), Catar (8,3%), China (8,1%) e Tadjiquistão (8%), Argélia( 7,7%) e Índia 97,7%). Entre os latino-americanos, a Argentina e Chile deverão ter o 59º melhor desempenho econômico (5%). O Zimbábue deverá ter o pior desempenho econômico em 2005, com a sua economia se contraindo 3,1%. Potencial de crescimento limitado A analista da EIU, Emily Morris, disse que o fato do desempenho econômico do Brasil ficar abaixo de quase cem países pode ser interpretado de várias formas. "O Brasil é um país que precisa crescer num ritmo acelerado para poder diminuir os seus ainda enormes problemas sociais e, sob esse aspecto, obviamente esse crescimento é insatisfatório", disse Emily à Agência Estado."Mas o fato de que o País poderá crescer pelo segundo ano consecutivo, com uma perspectiva de seguir nesse ritmo nos anos seguintes é positiva diante da recente história econômica brasileira". Emily observou que estaria muito mais preocupada com o Brasil se a economia estive destinada a crescer numa taxa de 6% ou mais em 2005. "Isso aumentaria a possibilidade de que no ano seguinte poderia haver um desempenho muito fraco, uma reviravolta do ciclo econômico como já vimos no passado", disse. "Para o Brasil poder crescer mais, é preciso aprovar mais reformas estruturais, melhorar o ambiente para negócios, aumentando assim o PIB potencial e afastando o risco de gargalos inflacionários." Ela argumenta que outro fator que coloca em desvantagem a capacidade de crescimento da economia brasileira em relação aos emergentes asiáticos, por exemplo é a ainda elevada dose de risco conferida à América Latina pelos investidores estrangeiros. "O Brasil reduziu a sua vulnerabilidade, todos estão satisfeitos com o gerenciamento da política econômica, mas infelizmente o passado de crises na América Latina ainda está muito fresco na memória dos investidores", disse. "Esse processo de construção de confiança leva tempo." Riscos para economia global são consideráveis A EIU trabalha com um cenário básico ainda razoavelmente benigno para a economia mundial em 2005. O crescimento do PIB global, que neste ano deverá ficar em torno de 4%, declinará para 3%. Mas, segundo a consultoria, quatro ameaças potencias poderão trazer grandes riscos para essa previsão: uma nova alta acentuada nos preços do petróleo, o perigo que as taxas de juros subam muito mais do que previsto, causando uma crise nos mercados de dívidas ou imobiliários, o efeito desestabilizador que os desequilíbrios econômicos nos Estados Unidos poderão ter sobre as taxas de câmbio, e a possibilidade de uma acentuada desaceleração da atividade na China. "Os desequilíbrios da economia mundial, como por exemplo o enorme déficit em conta corrente dos Estados Unidos, poderão em algum momento causar estragos nos mercados globais, seja em 2005 mais além", disse Emily. "Quando isso acontecer, países mais vulneráveis como o Brasil, poderão sofrer as conseqüências negativas desses ajustes."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.