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Brasil sobe um ponto em índice de competitividade da Fiesp

De acordo com o índice, o Brasil recebeu nota 21,6 dentro de uma faixa de zero a cem

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil subiu do 39º lugar para o 38º lugar no Índice Fiesp de Competitividade das Nações 2006, divulgado nesta segunda-feira. O indicador leva em consideração dados referentes a 2004. De acordo com o índice, o Brasil recebeu nota 21,6 dentro de uma faixa de zero a cem. Dentro do quadrante dos países de menor nota, no qual está classificado o Brasil, estão melhores a África do Sul (nota 35,8), Polônia (35,8), Tailândia (29,6), Venezuela (25,4) e México (23,8). Estados Unidos lideram o ranking, com 93,3 e Japão vem a seguir com nota 77. O estudo reúne 83 variáveis de 43 países responsáveis por 95% do PIB mundial. Os objetivos são identificar as principais restrições ao aumento da competitividade brasileira e avaliar o esforço realizado e o que precisa ser feito para o crescimento da sustentabilidade. A melhora de uma posição do Brasil no IC-Fiesp 2006 mostra que a competitividade da economia brasileira piorou, em relação a 1998, quando o País ocupou a 37ª posição no ranking. Em 1997, início da série do IC-Fiesp, o Brasil também ocupava a 38ª posição, a exemplo de 2004, conforme dado divulgado agora à tarde pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Em 2000, o Brasil registrou sua pior posição (40ª). Entre 2000 e 2003, a posição se manteve em 39º lugar. Numa simulação do IC-Fiesp 2007, com os dados de 2005, feita com 70% dos números já disponíveis, o Brasil manteria o mesmo 38º lugar. De acordo com o José Ricardo Roriz Coelho, diretor do Departamento de Competitividade da entidade, as exportações têm dado a maior contribuição positiva para o índice. No entanto, destacou, trata-se de uma contribuição frágil, principalmente, porque as vendas externas do Brasil têm sido puxadas por commodities, dependentes dos preços internacionais, como é o caso do minério de ferro. Segundo o indicador, também houve melhora no spread, na produtividade da indústria e da agricultura e nos investimentos. Entre 2003 e 2004, houve piora nos juros para depósito, na produtividade em serviços, na carga tributária, na exportação de manufaturas e na taxa de emprego. Roriz afirmou que, embora o spread e os juros venham caindo, ainda são superiores a todos os outros 42 países analisados. Para se ter uma idéia, os juros brasileiros para empréstimo (curto prazo), em 2004, ficaram, na média, em 54,7% ao ano. Na média dos países analisados, ficou em 6,3%. Em 2004, a carga tributária estava em 34,8% do Produto Interno Bruto (PIB), contra a média de 17,3% do PIB nos países de renda per capta similar à do Brasil. O consumo do governo, no mesmo ano, foi de 18,8%, muito superior ao valor médio dos países emergentes (14,3%). O diretor da Fiesp destacou ainda que 12 anos de combate à inflação, por meio de juros altos, é a estratégia econômica do País. No entanto, isso dificulta o ambiente de negócios, o comércio internacional, além de ganhos de produtividade. Dentro de uma escala de nota de 0 a 100, o Brasil passou de 18,8, em 2003, para 21,6, em 2004. Esse avanço, no entanto, refletiu a melhora em fatores que pouco diferenciam os países da amostra. Bric Quando se compara no índice o Brasil com os outros países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), o País fica à frente apenas da Índia, que ocupa a 42ª posição e uma nota de 11,5. Provavelmente, segundo Roriz, isso se deve ao fato de os indicadores sociais da Índia ainda serem muito inferiores ao restante do mundo, apesar das últimas melhoras nos indicadores econômicos. A pesquisa divide os 43 países em quatro grupos: competitividade elevada, satisfatória, média e baixa, onde está o Brasil. Os países de competitividade elevada têm nota igual ou superior a 68; os do grupo satisfatório, de 48 a 67,9; os do grupo médio, de 36 a 47,9; e os países de baixa competitividade, igual ou inferior a 35,9. Os critérios avaliados pelo indicador são: economia doméstica, governo, capital, infra-estrutura, tecnologia, comércio internacional, empresarial e capital humano. Todos esses fatores são formados por subdivisões. Numa análise de mais longo prazo, entre 1997 e 2004, base de dados do indicador, o IC-Fiesp mostra que contribuíram negativamente, mas de forma leve, para a competitividade brasileira os seguintes fatores: economia doméstica, que inclui atividade, investimento e consumo; tecnologia (gastos, índice de tecnologia e resultados); empresarial (custo e produtividade); e infra-estrutura (geral e negócios). Dois outros itens vêm afetando o índice muito negativamente: governo, que inclui consumo e política fiscal; e capital, formado por juros, sistema financeiro e crédito. Metas A Fiesp defendeu como prioridade para elevar a competitividade do Brasil, a adoção de uma agenda de reformas que lide de forma urgente com a redução da taxa de juros de depósito, do spread bancário, da taxa de juros de curto prazo para capital de giro e do crédito ao setor privado. No que se refere ao governo, a entidade propõe redução no consumo governamental, da carga tributária, elevação da formação bruta de capital fixo, manutenção da inflação em patamares baixos e câmbio mais favorável às exportações. A Fiesp elencou 23 metas econômicas durante a divulgação do Índice de Competitividade - Fiesp, que permitiriam ao PIB per capita crescer 28,8% em cinco anos. Essas metas incluem, por exemplo, a queda de juros de curto prazo, que estavam em 54,9% em 2004, para 7%; a redução do spread bancário de 39,5% (2004) para 3,5%; e a queda de carga tributária de 34,8% do PIB para 25% do PIB. Matéria alterada às 18h05 para acréscimo de informações

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