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Brasil talvez aceite corte maior em tarifa em Doha

Por Denise Chrispim Marin
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou hoje que o Brasil poderá aceitar um corte de 64% na tarifa máxima de importação de bens industriais, se os Estados Unidos, a União Européia e seus aliados concordarem em flexibilizar suas ofertas na área agrícola. Essa posição foi expressa por Lula durante uma conversa, por telefone, com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown. Na ocasião, Brown propôs a Lula que ambos sondem o presidente George W. Bush sobre a aceitação dos Estados Unidos a um teto anual de US$ 13 bilhões para os subsídios concedidos aos agricultores americanos. A relutância dos EUA em aceitar esse tópico, politicamente delicado no ambiente eleitoral do país, tornou-se o principal entrave para a conclusão da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) ainda neste ano. Segundo o porta-voz do Palácio do Planalto, Marcelo Baumbach, Gordon Brown afirmou a Lula que será aberta uma oportunidade para a conclusão da Rodada com a apresentação, no início de fevereiro, das propostas de acordos para as áreas agrícola e industrial/serviços pelos presidentes dos grupos de negociação dessas áreas. A expectativa é que esses documentos tragam versões bastante próximas a dos acordos finais. Mas, na melhor das hipóteses, ainda deixarão em branco os itens mais nevrálgicos - o teto para os subsídios domésticos americanos, o grau de abertura agrícola dos países desenvolvidos e a margem de ampliação do acesso de bens industriais nas economias em desenvolvimento.

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