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Brasil tem déficit em conta corrente recorde para agosto, de US$5,5 bi, diz BC

O Brasil registrou déficit em transações correntes de 5,489 bilhões de dólares no mês passado, recorde para agosto, com o rombo coberto pelo ingresso de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED), que somaram 6,840 bilhões de dólares no período. No acumulado em 12 meses encerrados no último mês, informou o Banco Central nesta quarta-feira, o saldo negativo no conta corrente do país --que abrange a importação e a exportação de bens e serviços e as transações unilaterais com o exterior-- ficou em 3,47 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), influenciado sobretudo pelas remessas de lucros e dividendos maiores. Economistas consultados pela Reuters previam saldo negativo da conta corrente de 5,30 bilhões de dólares e que o IED ficaria em 4,45 bilhões de dólares no mês passado. No mês passado, as remessas de lucros e dividendos de multinacionais instaladas no país somaram 2,322 bilhões de dólares, 17 por cento a mais do que o visto sobre um ano antes. No período, informou ainda o BC, os gastos líquidos de brasileiros no exterior com viagens ficaram em 1,855 bilhão de dólares, quase 10 por cento a mais. Já a balança comercial registrou em agosto superávit de 1,167 bilhão de dólares, levando o saldo acumulado a ficar superavitário pela primeira vez no ano.

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Por Redação
Atualização:

PREVISÕES MANTIDAS

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No acumulado do ano até agosto, segundo o BC, as transações correntes tinham rombo de 54,818 bilhões de dólares, menor do que o déficit de visto em igual período de 2013 (57,627 bilhões de dólares). Diante desse quadro, o BC manteve em 80 bilhões de dólares a projeção de saldo negativo em transações correntes para 2014.

Também não mudou suas contas para o IED neste ano, de 63 bilhões de dólares, insuficientes para cobrir o rombo da conta corrente. De janeiro a agosto, esses investimentos somavam 42,001 bilhões de dólares, um pouco maior do que os quase 39 bilhões de dólares vistos nos oito primeiros meses de 2013.

Para a balança comercial, o BC diminuiu suas contas em 2 bilhões de dólares, a 3 bilhões de dólares neste ano, enquanto estimou as remessa de lucros e dividendos em 25 bilhões de dólares, um pouco menor do que a estimativa anterior, de 26 bilhões de dólares.

(Por Luciana Otoni; reportagem adicional de Alonso Soto; Edição de Patrícia Duarte)

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