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Brasil tem espaço para cortar juros até 2007

A afirmação foi feita pelo secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, que ressaltou a possibilidade mesmo em meio à volatilidade de mercados globais

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, disse nesta terça-feira em Nova York, nos Estados Unidos, que apesar da volatilidade apresentada pelos mercados globais, ?o Brasil tem espaço para cortar sua taxa de juros este ano e no ano que vem?. Kawall foi o principal orador de um evento promocional da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) para investidores de Wall Street. Hoje, a taxa Selic do Banco Central (BC) está na casa dos 15,25% ao ano. Kawall acrescentou que em função da turbulência das últimas semanas, ?a expectativa do mercado para a taxa de juros ao final de 2006, que era de 14% há um mês, agora é de 14,5%.? Meta da inflação Para Kawall, a contínua queda da inflação permitirá ao BC continuar a redução dos juros. Segundo a Fundação do Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (FIPE), no período entre 15 de maio a 15 de junho, a cidade de São Paulo sofreu uma deflação de 0,5%. Esta é a menor taxa desde setembro de 1998. Também presente ao evento, o diretor de política monetária do BC, Rodrigo Azevedo, recusou-se a comentar sobre a possibilidade de uma redução na meta da inflação brasileira durante a próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no próximo dia 29. ?As expectativas de inflação estão bem ancoradas, mas vamos esperar até a semana que vem,? disse. Azevedo acrescentou que ?o Brasil se encontra hoje numa posição confortável em relação à política monetária.? ?À medida em que no Brasil temos o regime de câmbio flutuante, nós não temos que automaticamente importar a política monetária do resto do mundo,? disse. Ele se referia aos bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa, que têm promovido um gradual aperto monetário, elevando suas taxas de juros. O banco central americano, o Federal Reserve (Fed), já aumentou sua taxa de juros, hoje de 5% ao ano, 16 vezes consecutivas. De acordo com a maioria dos analistas de mercado, o Fed deve promover mais um aumento em sua próxima reunião, no dia 29. Dívida pública Tanto Kawall quanto Azevedo enfatizaram a austeridade da política macroeconômica do governo Lula na redução da dívida pública para a platéia de investidores. ?Durante dez anos a dívida cresceu, mas com políticas consistentes dos últimos anos, continuamos a ver a queda da trajetória da razão entre a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB),? disse Kawall. Hoje a relação dívida/PIB brasileira está na casa dos 50%. ?Estamos comprometidos em manter o superávit primário em 4,25% em 2006 e 2007,? acrescentou. ?Se o superávit for mantido nos próximos quatro ou cinco anos, esse patamar (da dívida pública) pode ser reduzido para os 40%,?. Quanto menor a relação entre a dívida e o PIB, maior a chance de um país obter uma elevação em sua nota de risco soberano. Transparência Além das apresentações de Kawall e Azevedo, o evento contou também com palestras de executivos da Bovespa, da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). ?Temos investido seriamente em tecnologia, transparência e no atendimento ao investidor estrangeiro,? disse Cristiana Pereira, conselheira de Relações Internacionais da Bovespa. ?Graças às nossas melhorias, somos hoje a maior bolsa de valores da América Latina, com uma capitalização de US$ 482 bilhões de dólares, além de sermos a quinta maior bolsa em opções de ações do planeta,? disse. Hoje, segundo Pereira, 40% dos papéis da Bovespa estão na mão de investidores estrangeiros, 35% na mão de investidores corporativos brasileiros e os restantes 25% nas mãos de investidores individuais brasileiros. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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