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Brasil tem 'margem de manobra' e crescerá no 2º tri, diz Dilma

Ministra cita investimentos e diz que País está em 'situação privilegiada' e pode usar crise como 'oportunidade'

Por Nalu Fernandes e da Agência Estado
Atualização:

"Hoje, o governo brasileiro é parte da solução e não do problema", afirmou nesta segunda-feira, 16, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em referência à crise mundial. Em Nova York, para uma plateia composta por investidores, empresários e membros do governo, incluindo o Presidente da República, a ministra acrescentou que o Brasil tem "margem de manobra na política fiscal e na política monetária" e disse que o governo não espera recessão no País.

 

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A ministra reconheceu que o Brasil sofreu o "choque da crise no quarto trimestre de forma bastante brutal". Mas acredita que "todos os sinais são de recuperação, pelo menos de redução integral da queda (registrada no último trimestre de 2008) e de possibilidade de retomada do crescimento no segundo trimestre". O PIB do último trimestre de 2008 - período de acirramento da crise - mostrou retração de 3,6% ante o trimestre anterior.

 

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E, a partir do segundo semestre deste ano, nós teremos uma grande expansão do mercado doméstico", estimou. A ministra avaliou, inclusive, que já está havendo recuperação no trimestre corrente (primeiro trimestre), mas o processo deve se fortalecer "a partir do segundo trimestre", voltou a citar. "O País tem propostas bastante significativas de investimentos", completou. A ministra observou que a crise teve impactos globais e não se sabe quando vai acabar. "Mas a crise encontrou o Brasil em situação privilegiada, pois, depois de 25 anos, crescíamos", acrescentou.

 

Dilma avaliou que o Brasil conquistou posição de estabilidade macroeconômica e tem política de distribuição de renda que permite "que usemos a crise como oportunidade, como disse Bill Rhodes", citou, em referência ao presidente do Citibank, que estava presente ao mesmo painel que participou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. A ministra da Casa Civil disse que pelo fato de não ter tido investimento em infraestrutura por muito tempo, o País tem hoje projetos "bastante atrativos"

 

A ministra reconheceu que os empresários estão cautelosos, mas avaliou que o setor financeiro está "bastante capitalizado e forte" no Brasil para enfrentar a crise. Do lado do governo, Rousseff acrescentou que "temos condições de ter politicas anticíclicas" e, por isso, descreveu o governo como parte da solução para a crise mundial, e não do problema. Ainda, ela citou que o País tem "margem de manobra na política fiscal e na política monetária"

 

Ela ainda reiterou a avaliação de que também há potencial de crescimento da demanda doméstica. "Somos um País continental com mercado interno em progressão. Algo como 100 milhões de consumidores no Brasil tem padrão de classe média", ponderou. Do lado do setor privado, a ministra avaliou que as empresas incorporaram processo de "modernização acelerada nos últimos anos, o que se reflete na produtividade".

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