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Brasil tem menor crescimento entre emergentes, diz BIS

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil terá em 2005 a menor taxa de crescimento econômico entre os principais países emergentes e uma taxa de inflação superior à média geral das economias avaliadas pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS). Em um relatório divulgado hoje, a entidade conhecida como o banco central dos bancos centrais aponta que a estimativa de aumento do PIB brasileiro para 2005 é de 3,6%, contra um aumento médio de 4,3% na América Latina e 6,3% em média para os mercados emergentes. Pela avaliação do BIS, tanto a Argentina, com 6,8%, e o México, com 3,9%, crescerão a taxas superiores às do Brasil. A projeção do BIS é inferior a do governo, que esperava um desempenho do PIB de 4% neste ano. Índia, Coréia, Taiwan, Turquia, Rússia, Hungria, Polônia, República Tcheca e os países do Oriente Médio e África também apresentarão todos crescimentos mais expressivos. No caso da China, após um crescimento de 9,5% em 2004, o país terá um incremento de 8,9 em seu PIB neste ano. Para a Ásia, a projeção é de um aumento de 7,2%. O BIS aponta ainda que, apesar de ser o menor crescimento entre os países emergentes avaliados, o Brasil apresenta resultados superiores à sua média anual entre 1995 e 2003, quando o crescimento foi de 2,1% contra um aumento médio da América Latina de 2%. Em 2004, toda a América Latina cresceu a taxas superiores, atingindo 5,9%. Quanto à inflação, as taxas brasileiras também destoam da média latino-americana e ficarão em torno de 6,5% contra uma projeção de 6,3% para a região. Se as estimativa se confirmar, o Brasil não conseguirá atingir sua meta de inflação,que é de 5,1%. Mesmo assim, a projeção mostra uma evolução em relação à média registrada entre 1995 e 2003, quando inflação anual foi de 9,3%. Em 2004, essa taxa foi de 7,5%. No geral, os países emergentes terão uma inflação de 5% em 2005, segundo as projeções do BIS. Os casos mais extremos são da Argentina, com 10% de inflação, Rússia, com 11,6%. Cenário Para 2005, o BIS aposta em um crescimento elevado da economia mundial em geral, mas a taxas inferiores às de 2004. Os países industrializados terão um aumento de 2,3% em seus PIBs, contra 2,5% em 2004. Nos Estados Unidos, o crescimento poderá ser de 3,4% em 2005, em comparação a 4,4% em 2004. Mas o BIS alerta que existem sinais de que a pressão gerada pelos preços internacionais das commodities, além de fatores nos mercados financeiros, possam representar novos riscos para o cenário internacional. O primeiro risco é a possibilidade de que os preços do petróleo se mantenham altos por alguns anos ainda. Um incremento ainda maior do valor do barril pode ter efeitos para a economia global além do esperado. O aumento das taxas de juros de longo prazo pode ainda ter um impacto nos gastos domésticos e os desequilíbrios fiscais, como nos Estados Unidos, podem chegar a um limite perigoso se continuarem crescendo.

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