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Brasil tem o 12º maior consumo de energia do mundo

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil é o 12º maior consumidor de energia do mundo, com um nível de consumo equiparado ao da Itália e da Espanha, segundo dados da empresa BP, uma das maiores multinacionais do setor de petróleo. O levantamento da BP abrange 71 países, é realizado desde 1965 e é utilizado como referencial pelas principais empresas do setor. Em 2001, o Brasil registrou queda de 2,1% no consumo de energia, basicamente devido ao racionamento de eletricidade, com a produção nacional atingindo o equivalente a 173,6 milhões de toneladas equivalentes de petróleo. A BP "transforma" a energia gerada por outros combustíveis (hidroeletricidade, nuclear, gás natural e carvão) em seu equivalente em petróleo para viabilizar a comparação entre os países, já que cada um tem matriz diferenciada. Apesar da queda registrada em 2001, o Brasil é dos que tem registrado maior expansão nos últimos anos, com aumento de 46,25% em relação a 1991 e de 91,82% em relação a 1981. A expansão mundial no ano passado ficou em 0,3% de aumento, de 12,21% em dez anos e de 37,34% em vinte anos. Ou seja, o Brasil está se expandindo em ritmo duas vezes superior à média internacional. Os Estados Unidos continuam liderando amplamente o ranking mundial, respondendo por 24,5% de toda a energia consumida no planeta. Em 2001 o país "engoliu" o equivalente a 2,24 bilhões de toneladas de óleo equivalente, com queda de 2,2% em relação ao ano anterior, o que ilustra a desaceleração econômica norte-americana. Em dez anos, o consumo americano de energia cresceu 14,32% e 23,39% em vinte anos, ainda segundo os dados da BP. A China, que ocupa a segunda posição entre os maiores consumidores de energia no mundo, registrou aumento de 4,3% no ano passado, de 22,4% em dez anos e de 96,7% em 20 anos. Os maiores consumidores de energia do mundo, após os EUA e China, ainda segundo a BP são: Rússia (643 milhões de toneladas), Japão (514,5 milhões), Alemanha (335,2 milhões), Índia (314,7 milhões), Canadá (274,6 milhões), França (256,4 milhões), Inglaterra (224 milhões), Coréia do Sul (195,9 milhões), Itália (177,2 milhões) e Brasil (173,6 milhões). Matriz energética A participação da hidroeletricidade na matriz energética brasileira é mais de cinco vezes superior à média internacional, respondendo por 35,4% do total, enquanto a média mundial está em torno de 6,5%. Os dados fazem parte do estudo realizado pela empresa britânica BP. Segundo a BP, a matriz energética brasileira utiliza basicamente dois tipos de combustível (água e petróleo), enquanto nos demais países há um equilíbrio maior, com forte presença do gás natural, do carvão e da energia nuclear. O petróleo representa 49% de toda a energia gerada no País, enquanto a média mundial é de 38,5%. Os dois insumos ?abocanham? 84,4% do total, com o carvão ocupando a terceira posição (8,1%), seguido de gás natural (5,6%) e energia nuclear (1,8%). No mundo, o petróleo é o principal insumo para a geração de energia, com participação de 38,5%, seguido do carvão (24,7%), gás natural (23,7%), energia nuclear (6,6%) e hidroeletricidade (6,5%). Nos Estados Unidos, o petróleo representa 40%, o gás natural e o carvão ficam empatados com 24,8%, a energia nuclear responde por 8,2%, enquanto a hidroeletricidade fica com meros 2,2% do maior mercado mundial. Entre os 20 países que mais consomem energia no mundo, apenas o Canadá tem grande presença da hidroeletricidade, com uma fatia de 27,3%. Mas os demais insumos têm grande participação, com o petróleo respondendo por 32,0%, o gás natural por 23,8%, o carvão por 10,5% e a energia nuclear por 6,3%. Energia nuclear A polêmica envolvendo a energia nuclear não está impedindo o aumento do uso desse combustível no mundo. Segundo a BP, a energia nuclear representou cerca de 8,2% do total da energia consumida no mundo no ano passado, com ganho de 0,3 ponto porcentual em relação a 2000, quando essa participação era de 7,9%. No ano, o aumento foi de 2,76%, atingindo taxa de 25,49% em dez anos e de 182% nos últimos 20 anos. O Brasil ocupa a 21ª colocação entre os 35 países que utilizam o urânio para a geração de energia. No ano passado, por causa do racionamento de energia elétrica, o Operador Nacional do Sistema Elétrico Nacional (ONS) determinou que as duas unidades de Angra dos Reis funcionassem a plena carga, o que fez com a geração nuclear no Brasil registrasse aumento de 160% em relação ao observado em 2000. Os maiores consumidores de energia nuclear no mundo em 2001 foram os Estados Unidos (participação de 30,5% em relação ao total dessa energia no mundo), França (15,8%), Japão (12,1%), Alemanha (6,4%) e Rússia (5,1%).

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