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Brasil tem o apoio de Sir Eddie George

Por Agencia Estado
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O ministro da Fazenda, Pedro Malan, afirmou nesta terça-feira, após a série de contatos que manteve em Londres, "estar claro que existe uma enorme confiança no futuro do Brasil e na capacidade do País de lidar com as turbulências do presente". Segundo ele, o governador do Banco da Inglaterra, Sir Eddie George, manifestou seu apoio e confiança no País. Além disso, o ministro disse que no encontro com representantes dos bancos HSBC, Lloyds TSB e Standard Chatered, houve a confirmação do compromisso da reunião de Nova York de manter as linhas de crédito para o País. Num almoço com diretores de dez empresas britânicas, Malan disse ter confirmado "que os investimentos no País são de longo prazo e não serão afetados pelas dificuldades de momento". Participaram também do almoço jornalistas do Financial Times, New York Times, da revista The Economist, além do analista da consultoria Economist Intelligence Unit, David Anthony. No início da noite, antes de embarcar para Paris, Malan se encontrou com o chanceler britânico Gordon Brown, responsável pela pasta econômica do governo britânico. Grande interesse A palestra de Malan na sede do Banco da Inglaterra, à tarde, atraiu grande interesse entre os analistas da City. Cerca de cem pessoas compareceram ao evento. Eddie George fez uma apresentação inicial de Malan e do diretor para área internacional do Banco Central, Beny Parnes, e em seguida se retirou da sala. Durante uma hora, Malan fez uma detalhada avaliação da situação financeira do país, do acordo com o FMI e também do quadro político, com ênfase na sucessão presidencial. Déficit menor Em seguida, Parnes detalhou a situação das dívidas pública e privada e mostrou projeções elaboradas pelo Banco Central que indicam a sustentabilidade do balanço de pagamentos do País. O diretor do BC ressaltou que o déficit em conta corrente neste ano "deverá ser inferior a US$ 17 bilhões, talvez US$ 16 bilhões ou até mesmo US$ 15 bilhões". Segundo ele, a estimativa de superávit na balança comercial de US$ 7 bilhões já está sendo considerada "conservadora pelo mercado" e poderá ser revisada para cima. Ao ser questionado por um analista sobre qual seriam as projeções de crescimento do PIB e de outros indicadores brasileiros caso a economia norte-americana não se recupere nos próximos dois anos, Parnes se limitou a dizer que "tudo vai ficar pior". Malan acrescentou, no entanto, que isso não ocorreria apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Dívida Outro analista perguntou em seguida que "se a economia brasileira está condicionada a fatores externos que fogem ao seu controle, por que então não reconhecer isso e iniciar uma reestruturação da dívida". Malan, após criticar as análises que tendem a se tranformar em "autoprofecias", foi taxativo. "O Brasil não tem necessidade de reestruturar a sua dívida e não vai fazer isso", afirmou. Malan foi também questionado se aceitaria participar da equipe do futuro presidente da República. "Se entendi bem a pergunta, você está querendo saber sobre o meu futuro", disse Malan. "Eu não estou pensando no meu futuro", completou.

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