PUBLICIDADE

Publicidade

Brasil tenta resolver com a Europa o impasse do frango "salgado"

Por Agencia Estado
Atualização:

Os exportadores brasileiros de frango ficaram de apresentar uma proposta à União Européia (UE) para contornar um impasse: os agricultores europeus estão pressionando a Comissão Européia, órgão executivo da União, para que proíba a importação dos filés de frango salgados e congelados vendidos pelo Brasil. Eles alegam que a indústria brasileira está salgando o frango com o objetivo de fraudar o produto somente para driblar as alíquotas de importação. O ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, e o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef), Claúdio Martins, estiveram nesta quarta-feira com o diretor-geral da área de Agricultura da Comissão, Silva Rodrigues. Eles ouviram de Rodrigues que a pressão dos agricultores europeus está sendo muito forte para que se apliquem sanções ao produto brasileiro. No momento, o processo administrativo está sob responsabilidade do serviço alfandegário da UE, encarregado de verificar o produto brasileiro e encaminhar um relatório à Agricultura. As duas organizações agrícolas européias, baseadas em Bruxelas, representam 30 mil cooperativas dos 15 países. Elas questionam o produto brasileiro em razão de os filés de frango congelados virem com uma quantidade de sal que lhes permite entrar na UE a uma tarifa de importação de 15,4%, em vez de 33%. O setor privado brasileiro reconhece que a origem do problema está na própria regulamentação da UE, mas "preferimos resolver a questão politicamente para evitar que a UE tome medidas mais drásticas, prejudicando as exportações brasileiras à Europa", garante Claudio Martins. Atualmente, o mercado europeu é um dos principais parceiros comerciais do Brasil em carne de frango. Em 2001, o Brasil alcançou números de negócios que o colocaram no ranking mundial como o segundo exportador de carne de frango, com uma fatia no mercado internacional de 18%. Foram cerca de 1,3 milhão de toneladas vendidas ao exterior, representando um crescimento de 38% em relação aos volumes exportados no ano anterior. "A questão é simples: estamos incomodando nossos concorrentes", afirma o ministro. O negócio do frango cresceu 61% em 1 ano, aumentando as exportações de US$ 829 milhões em 2000 para US$ 1,3 bilhão no ano passado. "Vamos estudar uma proposta talvez diminuindo o volume de exportação à Europa e aumentando o preço, assim poderíamos incomodar menos nossos concorrentes do mercado interno", disse Claudio Martins. Na UE, os maiores importadores do filé de frango brasileiro são o Reino Unido, a Holanda e a Alemanha - esta última é responsável por mais da metade das compras.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.