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Brasil terá nova safra recorde de soja no próximo ano

País deve colher no ano que vem 101,476 milhões de toneladas,4,7% mais do que em 2015, segundo projeção do IBGE

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

RIO - O Brasil terá nova safra recorde de soja em 2016, segundo o Prognóstico para a Produção Agrícola divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A safra do grão totalizará 101,476 milhões de toneladas no ano, estimativa 1,2 milhão de toneladas maior do que a apurada no primeiro prognóstico.

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O resultado é ainda 4,7% superior ao da soja em 2015. O clima favorável levou a uma melhora nas estimativas dos produtores de Mato Grosso e Goiás.

“A soja tem maior área plantada e maior expectativa de produção. A cultura agora já está instalada, já está plantada. As condições climáticas estavam bem em novembro, quando nos mandaram as informações”, disse Mauro Andreazzi, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE.

Clima favorável levou a uma melhora nas estimativas dos produtores de soja Foto: Dida Sampaio|Estadão

Em relação ao primeiro prognóstico para 2016, apurado pelo IBGE em outubro, o Mato Grosso informou aumento de 3% na produção de soja, enquanto Goiás melhorou em 1,3% sua estimativa para o grão.

A safra nacional de grãos em 2016 está estimada em 209,3 milhões de toneladas, apenas 0,5% menor do que a de 2015, de 210,3 milhões de toneladas.

Feijão. Além do avanço da soja, o IBGE prevê também um salto de 15,1% na produção de feijão da primeira safra. Os produtores colherão 1,558 milhão de toneladas, como reflexo da recuperação da lavoura de estados da região Nordeste que foram atingidos pela estiagem este ano. Também houve o estímulo da elevação de preços ao plantio do grão.

“O feijão da primeira safra vai crescer em relação a 2015, porque está com melhor preço, cerca de R$ 158,00 a saca de 60 quilos do (feijão) carioca e R$ 106,00 a do feijão preto”, notou Andreazzi.

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O consumo aparente de feijão, que é a produção nacional somada às importações e descontada as exportações, no Brasil é de 3,350 milhões de toneladas no ano. Em 2015, o feijão de da primeira safra participou com cerca de 43% da produção total do grão no ano. A segunda safra respondeu por outros 42%, e a terceira, cerca de 15%.

Arroz. Já o arroz, outro item importante da cesta básica dos brasileiros, tem previsão de queda de 0,7% na produção em 2016, totalizando 12,244 milhões de toneladas.

O Rio Grande do Sul, maior produtor do País, espera uma retração de 3,4% tanto na área plantada quanto na produção do grão. O consumo interno de arroz é estimado em 12 milhões de toneladas.

“O que determina a eficiência do arroz são as chuvas do ano anterior, os reservatórios. Durante o ciclo, é necessário ter sol”, disse o gerente do IBGE.

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Ainda na comparação com 2015, o prognóstico aponta recuo de 4,9% na lavoura de algodão e queda de 2,3% no milho da primeira safra.

“O milho da primeira safra vem enfrentando essas quedas generalizadas pela preferência (do agricultor) pela soja. É importante essa alternância entre soja e milho. São espécies diferentes, o milho dá mais matéria orgânica para o solo do que a soja. Então o milho é plantado depois da soja”, observou Andreazzi.

Os Estados que devem registrar aumento na produção do milho da primeira safra são São Paulo (alta de 6,3% ante 2015), Bahia (26,5%) e Goiás (8%). “Os Estados que aparecem com elevação na produção são os que tiveram perda em 2015 por conta da estiagem, então preveem aumento em 2016”, explicou o pesquisador.

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