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Uso de cartões de crédito e débito cresce menos em 2014

Dados do BC apontam aumento de 11% nas operações com cartão de crédito no ano passado, ante alta de 15% em 2013; já o uso do débito cresceu 19%, ante expansão de 23% no ano anterior

Foto do author Célia Froufe
Foto do author Adriana Fernandes
Por Célia Froufe (Broadcast), Adriana Fernandes e Victor Martins
Atualização:

Texto atualizado às 7h de 12/06/2015 para correção de informação 

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BRASÍLIA - Mesmo com a taxa de juros do rotativo sendo a mais elevada do mercado de crédito, houve aumento de 11% no volume de operações com cartão de crédito no ano passado, para R$ 593 bilhões. A informação foi divulgada nesta quinta-feira, 11, pelo Banco Central por meio do Relatório de Vigilância do Sistema de Pagamentos Brasileiro, que contém as estatísticas de varejo e de cartões de 2014. 

A alta, porém, acompanha o que ocorre nas demais linhas de financiamento brasileiro: um esfriamento, já que em 2013 o aumento do uso do dinheiro de plástico na função de crédito havia sido de 15% sobre o ano anterior. Essa desaceleração também foi vista no segmento de débito, que movimentou R$ 348 bilhões no ano passado. A alta de 19% também foi mais baixa do que a de 2013, de 23%. 

O crescimento do número de transações com cartão de débito se manteve estável em 2014, com 15% em comparação ao ano anterior, o equivalente a 5,6 bilhões de transações - o aumento nas operações com cartão de crédito foi de 7%, ou 5,4 bilhões. O juro do rotativo do cartão de crédito, de acordo com o próprio BC, ficou em 347,5% ao ano em abril. 

BCaponta que compras com cartão de débito superamas compras como de crédito Foto: Tiago Teixeira/Estadão

Mais compras no débito. As operações com cartão de débito no Brasil devem superar as operações com cartão de crédito à vista. De acordo com o relatório do Banco Central, o aumento das operações com cartão de débito, em 2014, foi praticamente igual à taxa média de crescimento verificada nos últimos seis anos. 

Por outro lado, o aumento verificado nas operações com cartão de crédito foi inferior, consolidando a tendência, observada nos últimos anos, de que as operações com cartão de débito superem as operações com cartão de crédito à vista.

Para o BC, a utilização do cartão de débito é "socialmente" mais eficiente nos casos em que o usuário não necessita de crédito para financiar suas compras. A justificativa é de que as operações com débitos são mais baratas, tanto da ótica do usuário (estabelecimentos comerciais e consumidores), já que a taxa de desconto e o prazo de recebimento são menores, quanto do prestador, pois o custo com gerenciamento de riscos é menor que nas operações com cartão de crédito.

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Segurança. O relatório divulgado pelo BC destaca também o "avanço" na segurança no Sistema de Pagamentos Brasileiro. O total de transações com cartões de crédito capturadas via chip foi de 77% do total em 2014. Já o dos pagamentos que utilizaram tarja magnética reduziu de 14% em 2013 para 5%. Já as transações via internet equivaleram a 17%.

Para efeitos de comparação, o BC informou que a soma do valor das transações com cartões de débito e crédito no ano passado foram equivalentes a 14% dos saques efetuados nas instituições financeiras. 

Para chegar a esse dado, os técnicos do BC consideraram apenas as compras em parcela única. O uso do cheque, ainda segundo a instituição, permanece em queda, com redução no volume de transações de 10% em 2014, principalmente para transações de baixo valor, aumentando o valor médio do cheque que, atualmente, é de aproximadamente R$ 2.400 reais.

Fidelidade. Apesar do fim da fidelidade entre credenciadora de cartões e as bandeiras, a concentração no mercado aumentou. O índice de concentração dos dois maiores credenciadores aumentou de 88% em 2013 para 90% no ano passado.    Quando se observa os quatro maiores, passou de 77% para 81%. A despeito desse movimento, as taxas de desconto praticamente não se alteraram. O BC explicou ainda que parte desse movimento de concentração ocorreu com a migração dessa atividade no arranjo Hipercard para a Rede. No segmento de emissão de cartões de débito, no entanto, registrou-se queda de um ponto porcentual, para 81%. 

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