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Brasileiro diretor de banco dos EUA teme quebra de contrato no Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

A afirmação do ministro das Comunicações, Miro Teixeira, de que o aumento na tarifa de telefonia fixa de junho não será baseado no IGP-DI, como prevê o contrato de privatização, foi considerada "extremamente negativa" pelo diretor de pesquisa e estratégia de mercados emergentes do banco norte-americano Goldman Sachs, Paulo Leme. "Uma das principais questões, que preocupavam os investidores durante a transição política, se tratava de respeito aos contratos", disse. Segundo estimativas do ministro, o reajuste poderá superar os 30%. Para o diretor do banco, "em contraste à postura saudável em termos de política econômica, a quebra de contratos seria negativa para a credibilidade e colocaria obstáculos a investimentos diretos de estrangeiros no Brasil", afirmou. Leme disse ainda que a revisão dos contratos pressionaria o câmbio. O vice-presidente de pesquisa para mercados emergentes do JP Morgan, Graham Stock, afirmou que a postura do governo, que também tem criticado o papel das agências reguladoras, está preocupando os investidores. "As pessoas ficarão nervosas, se o governo agir com base nessas críticas", afirmou Stock à Agência Estado. "Mas se a retórica for destinada apenas para acalmar a ala esquerdista do PT, demonstrando que o governo não estaria abandonando sua ideologia histórica, talvez valha a pena pagar o preço por essas declarações". Ele disse que "se o governo, de fato, decidir intervir mais fortemente em mecanismos de mercado para estabelecer preços, especialmente para a área de energia, então isso poderá ameaçar investimentos futuros nesses setores da economia no Brasil".

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