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Brasileiro ‘ignora’ dólar alto e tem gasto recorde em viagens internacionais

Em agosto, as despesas do brasileiro lá fora somaram US$ 2,2 bi, cifra recorde para o mês, o que fez o BC elevar sua projeção para esse tipo de gasto

Foto do author Célia Froufe
Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Célia Froufe (Broadcast), Eduardo Rodrigues e da Agência Estado
Atualização:

BRASÍLIA - A alta do dólar não conteve os gastos do brasileiro no exterior. Em agosto, o valor desembolsado lá fora somou US$ 2,227 bilhões, valor recorde para o mês, segundo divulgou o Banco Central. Com isso, o saldo da conta de viagens internacionais - a diferença entre o que os brasileiros gastam lá fora e os estrangeiros deixam aqui - ficou negativo em US$ 1,710 bilhão.

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Em setembro, a tendência continua. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, adiantou nesta terça-feira, 24, que os gastos com viagens internacionais estão em US$ 1,207 bilhão até o dia 20 deste mês. "Não temos observado até o momento desaceleração em viagens. Os indicadores de renda e emprego continuam evoluindo positivamente", afirmou. Segundo Maciel, como as pessoas costumam planejar suas viagens com antecedência, existiria certa defasagem entre a variação do câmbio e seus impactos na conta de turismo.

Ao contrário do que o BC dizia esperar em notas e comunicados anteriores, a previsão de gastos com viagens internacionais em 2013 aumentou. Embora a autoridade monetária previsse um arrefecimento desses gastos no segundo semestre, a estimativa para o ano subiu de US$ 16,7 bilhões para US$ 17,2 bilhões. Isso ocorreu porque, até agosto, o gasto no exterior já bateu em R$ 16,7 bilhões.

Da mesma maneira, o déficit da conta de viagens soma US$ 12,233 bilhões no acumulado de 2013, ante US$ 10,076 bilhões negativos no mesmo período do ano passado. O saldo negativo de agosto foi maior do que o visto no mesmo mês de 2012, quando ficou em -US$ 1,381 bilhão. Maciel confirmou que o déficit em viagens de agosto (US$ 1,710 bilhão) foi recorde para o mês, assim como também é inédito o saldo negativo acumulado nos oito meses do ano (US$ 12,233 bilhões).

Transporte. Os gastos com transportes também foram recordes, tanto para o mês (US$ 911 milhões) como para o acumulado do ano (US$ 6,679 bilhões). "A corrente de comércio continua crescendo e esse fluxo impacta nos transportes. Pesam também as passagens aéreas adquiridas em companhias estrangeiras", explicou.

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