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Brasileiros gastaram US$ 1,51 bi em viagens

Maior renda, ascensão social e dólar favorável contribuíram para que a conta com passeios e compras no exterior batesse recorde em novembro

Por FERNANDO NAKAGAWA E FABIO GRANER
Atualização:

No mês passado, brasileiros pagaram US$ 1,51 bilhão em passeios e compras no exterior, novo recorde para os meses de novembro. Em 2011, a tendência deve ganhar mais força e o déficit de viagens deve atingir a marca de US$ 12 bilhões, a maior desde o início da série histórica em 1947. Brasileiros nunca gastaram tanto no exterior. No mês passado, a conta somou valor 54% maior se comparado a igual mês de 2009, quando o Brasil já havia saído da crise e apresentava recuperação da economia em velocidade acima do observado na média mundial. "A renda do brasileiro continua crescendo, há novos viajantes internacionais graças à ascensão social e o dólar favorece ainda mais esse quadro", explica o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. Enquanto as despesas cresceram 54%, as receitas obtidas com viajantes estrangeiros no Brasil aumentaram apenas 20%, para US$ 560 milhões. Ou seja, o ritmo de crescimento da despesa de brasileiros é muito maior que da receita obtida com estrangeiros. Assim, o saldo negativo da conta de viagens cresceu 86% na comparação anual e somou US$ 955 milhões no mês passado, também recorde para novembro. Para 2011, a trajetória vai continuar e a expectativa é que o déficit de viagens internacionais seja 14,3% maior que o observado em 2010 - ano em que o BC prevê saldo negativo de US$ 10,5 bilhões. Passageiros. Números da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) comprovam a ida cada vez mais frequente de brasileiros ao exterior. Apenas nas companhias brasileiras, foram transportados 1,97 milhão de passageiros em novembro nos voos que ligam o Brasil a outros países. O número é 20,5% maior que o registrado um ano atrás. Com o aumento da procura por esses trajetos, a ocupação média dos voos, que estava em 69% entre janeiro e novembro de 2009, aumentou para 77% em igual período de 2010. Em algumas empresas, como a Gol, o número de passageiros transportados saltou 50% em um ano.

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