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Brasileiros pagam mais IR que americanos

Segundo estudo da consultoria Ernst & Young, os brasileiros estão pagando três vezes mais Imposto de Renda do que os americanos. No Paraguai e no Uruguai, por exemplo, nem mesmo existe esse tipo de imposto para trabalhadores assalariados.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os brasileiros estão pagando três vezes mais IR do que os americanos. O leão no Brasil também é mais voraz do que em qualquer outro país do Mercosul. No Paraguai e no Uruguai, por exemplo, nem mesmo existe esse tipo de imposto para trabalhadores assalariados. Essas são apenas algumas disparidades levantadas por uma pesquisa da consultoria tributária Ernst & Young no Brasil e em seis outros países onde mantém escritório. Para efetuar a pesquisa , foram realizadas simulações para a declaração do IR anual nos seguintes países: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Estados Unidos, Espanha, Holanda. Para fazer os cálculos, foram usadas, hipoteticamente, duas famílias. Uma com renda anual de US$ 18 mil (US$ 1.500 mensais) e outra com US$ 60 mil (US$ 5 mil por mês). Nos dois casos, foi considerada a cotação de US$ 1 igual a R$ 2. Um trabalhador brasileiro que ganha R$ 3 mil por mês paga um Imposto de Renda que é três vezes maior do que o que paga um cidadão americano na mesma faixa de renda, mostrou a pesquisa. No Paraguai, onde não existe o IR, a população paga apenas 10% de Imposto de Renda do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA), que incide sobre o consumo. Empresas e pessoas físicas que prestam serviços pagam IVA e um imposto sobre a renda de 7%. Na Argentina, as deduções permitidas por lei são semelhantes às do Brasil, mas lá é possível abater US$ 13.500 fixos como dedução especial, o que reduz a base sobre a qual é calculado o imposto a pagar. Além disso, há uma parcela de US$ 4.020 anuais de rendimento não tributável para quem é contribuinte e está no país há mais de seis meses. Diz ainda o estudo da Ernst & Young, que numa faixa de renda mais alta, de US$ 5 mil (R$ 10 mil), por mês, o brasileiro entrega 20% da sua renda para o Fisco. O argentino, na mesma situação, paga 6,62%. O americano, 11%. O espanhol, 27% e o holandês, 36%. O estudo foi feito com base em famílias formadas por um casal e um filho, em que apenas o homem trabalha e a declaração é feita em conjunto. As alíquotas nos Estados Unidos chegam a 396%, mas a carga tributária lá fica menor principalmente por causa de uma parcela não tributável de US$ 7.350. É permitido também dedução pessoal de US$ 2.800 para cada integrante da família, incluindo o chefe. Além das deduções maiores, os americanos ainda podem ter uma redução das alíquotas do Imposto de Renda. O assunto vai ser votado em plenário nos próximos dias.

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