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Brasileiros podem comprar Portucel

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Portucel, Jorge Armindo, afirmou que os estrangeiros estão melhor colocadas do que os portugueses na corrida para a privatização da sua empresa. "Acredito que há mais possibilidades de estrangeiros comprarem do que grupos portugueses", disse à Agência Estado. A Portucel é a maior empresa de papel e celulose de Portugal e uma das maiores da Europa. Há duas semanas, o governo português anunciou uma privatização parcial e há três grupos brasileiros interessados: a Suzano, que concorre junto com a Sonae, a Votorantim e a Aracruz. Segundo Armindo, a aproximação entre a Portucel e empresas brasileiras é natural. "Penso que de fato neste setor Portugal e Brasil terão de se encontrar seja agora ou mais tarde". Em relação às condições de privatização em vez de entrar com capitais o grupo comprador vai ter de pagar sua parte com ativos ou ações. Armindo considera que foi uma forma de manter o centro de decisão no país. "O controle da empresa terá de ser partilhado. É desejável que a privatização traga parcerias." Para Armindo, não se tratou de um meio para evitar que as empresas brasileiras entrem na Portucel. "A opção pela forma de privatização não tem nada a ver com o fato de empresas brasileiras concorrerem. É um setor em que Portugal tem vantagens competitivas e em que há matérias-primas no Brasil". Ele indica que qualquer empresa do setor poderá participar no processo de privatização. "Mas vão ter de ponderar até que ponto podem fazer um oferta que atenda os objetivos do governo português com este processo". Atualmente, o Estado português tem 55% do capital da Portucel, a Sonae que tem uma parceria com a Suzano para esta privatização possui 29% e 16% do capital está disperso na bolsa de valores. A privatização prevê um aumento de capital de 25% e depois a venda de 15% a investidores institucionais, sendo que 25% será posteriormente trocado por ativos. Nesta fase da privatização, o Estado vai ficar com 33% da empresa, constituindo uma minoria de bloqueio. Segundo Armindo, apesar de as empresas brasileiras já terem manifestado seu interesse, só será possível saber quem vai concorrer depois de publicado o regulamento da privatização. Ele também espera que concorram duas empresas portuguesas do setor a Inapa e a Cofina, uma empresa espanhola e empresas nórdicas. "É preciso ser criativo na forma de fazer a oferta pela Portucel". Liderança na Europa Armindo conta que quem ficar com a Portucel terá um papel na liderança do setor de papel de escritório na Europa. "A privatização vai definir quem vai liderar o mercado europeu de papel de escritório. O motivo é que o eucalipto globulus é mais indicado para este tipo de papel", diz. Em Portugal, a principal produção é exatamente deste tipo de eucalipto. Segundo ele, a empresa se especializou em papel de escritório já que ?a grande opção é liderar uma gama ou ser fraco em duas gamas".

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