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Britânicos e australianos aumentam preocupação com inflação

Por EMMA GRAHAM-HARRISON E ZHOU XIN
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As expectativas de inflação atingiram níveis recordes em maio na Grã-Bretanha e saltaram para o maior patamar em 15 anos na Austrália, ao mesmo tempo em que o Banco Central Europeu (BCE) reiterava seu estado elevado de alerta sobre os preços e favorecia a projeção de alta global dos juros. No entanto, o banco central sul-coreano evitou subir os juros na quinta-feira, mantendo a taxa básica inalterada para monitorar a pressão sobre os preços e o crescimento na quarta maior economia da Ásia --mesmo que a inflação esteja no maior nível em sete anos. A decisão do Banco da Coréia ressalta o desafio que os bancos centrais têm enfrentado em todo o mundo para balancear a necessidade de agir contra a inflação sem representar um risco para o crescimento econômico. O Banco do Japão deve seguir o Banco da Coréia na sexta-feira, mantendo os juros inalterados. Na China, a inflação deu a primeira trégua do ano. O índice de preços ao consumidor, em termos anuais, caiu de 8,5 para 7,7 por cento em maio. Ainda que a baixa possa dar algum alívio para a equipe econômica chinesa, que declarou a inflação como seu maior desafio, economistas descartaram alguma suavização do aperto monetário. PRESSÕES A CAMINHO Os economistas afirmaram que os dados fortes de oferta monetária em maio e a inflação no atacado de 8,2 por cento, maior nível em quatro anos, sugerem que há mais pressões sobre os preços a caminho. Alguns analistas não culpam a alta das matérias-primas pela inflação na China, mas sim à política monetária frouxa com a dificuldade do banco central em recolher o dinheiro proveniente de seu enorme superávit comercial. Os responsáveis pela política monetária soaram o alarme nas últimas semanas em todo o mundo contra a inflação, depois que os preços das commodities, como petróleo e milho, subiram para novos recordes. "A janela de oportunidade vai fechar nos próximos trimestres, quando o ímpeto de crescimento começar a se enfraquecer e os efeitos secundários de inflação aparecerem", disse Leong Wai Jo, economista do Barclays Capital, em Cingapura. "Mas, agora, a janela de oportunidade ainda está aberta para os bancos centrais controlarem a inflação". ALTA DA INFLAÇÃO A expectativa de inflação futura dos britânicos subiu para o recorde de 4,3 por cento em maio, bem acima da atual taxa de 3,0 por cento, mostrou nesta quinta-feira uma pesquisa do Banco da Inglaterra. Os dados devem encorajar mais investidores a apostar em uma alta dos juros, apesar da projeção de menor crescimento econômico. Na Austrália, as expectativas de inflação ao consumidor subiram em junho para o maior nível em 15 anos. O banco central do país já elevou o juro para 7,25 por cento para evitar um aumento nas expectativas. Enquanto isso, o Banco Central Europeu (BCE) afirmou em seu boletim mensal que está com alerta elevado contra os riscos sobre os preços e que está preparado para atuar de forma firme e oportuna para conter uma espiral inflacionária. O boletim ecoou o que disse na semana passada o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, depois que o banco manteve os juros inalterados em 4,0 por cento.

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