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Brown e Sarkozy pedirão para bancos revelarem baixas contábeis

Por ADRIAN CROFT
Atualização:

O primeiro ministro britânico, Gordon Brown, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, irão incentivar os bancos esta semana a fazer "uma abertura completa e imediata" das baixas contábeis relacionadas à crise global de crédito, afirmaram autoridades britânicas nesta segunda-feira. Os dois líderes estão cada vez mais preocupados que a confiança no setor financeiro está sendo atingida pelas incertezas sobre a escala de créditos duvidosos nos balanços dos bancos, que alguns estimam chegar a até 600 bilhões de dólares, afirmou o gabinete de Brown. Sarkozy deve ter um conversa com Brown na quinta-feira durante visita de dois dias à Grã-Bretanha, como convidado da rainha Elizabeth. Os dois líderes "pedirão uma maior transparência nos mercados financeiros e, como primeiro passo, revelação completa e imediata da escala das baixas contábeis pelos bancos", segundo comunicado do gabinete de Brown. A crise bancária, especialmente o colapso do banco norte-americano Bear Stearns, mostrou "a escala dos problemas e o efeito na estabilidade do mercado por conta de ativos de difícil avaliação e prejuízos não revelados sendo apresentados em doses homeopáticas", informa o comunicado. Os bancos acumulam baixas contábeis de até 125 bilhões de dólares de ativos desde novembro, o que tem pressionado suas ações. Até o momento, as medidas dos bancos centrais e governos não têm conseguido conter as turbulências nos mercados. Os dois chefes de Estado solicitarão mais diálogos com os Estados Unidos e outros países para discussão de "medidas para promover a estabilidade financeira" em fóruns como as reuniões do G7, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, segundo informou o gabinete de Brown. A maior vítima da crise na Grã-Bretanha foi a financeira voltada ao setor imobiliário Northern Rock, a qual o governo deBrown foi forçado a nacionalizar. As turbulências financeiras prejudicaram a imagem de Brown em relação à sua competência econômica e ajudaram a oposição a se fortalecer.

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