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Brusco avanço de papéis na mira da CVM

Autarquia investiga valorização sem motivo aparente e suspeita de acesso a dados sigilosos

Por Agencia Estado
Atualização:

A forte escalada das ações do Banco do Brasil e da Sabesp sem motivo aparente levantou a suspeita de que investidores podem ter tido acesso a informações privilegiadas sobre essas empresas. Até porque o período de valorização mais acentuada desses papéis coincidiu com o anúncio de oferta pública de ações dessas companhias pelo governo. Os olhos do mercado voltaram-se a essas operações porque em abril, mês em que as ofertas públicas foram anunciadas, o papel do Banco do Brasil valorizou-se 28,97% e o da empresa de saneamento básico, 16,41%, antes do anúncio da venda pulverizada. Um movimento repentino de preços pode criar distorções no mercado, ao favorecer alguns poucos investidores e prejudicar os demais. Quem comprou esses papéis durante a onda de alta, por exemplo, poderá ter pago um preço que seria menor em condições normais de mercado ou, ainda, quem vendeu no início da alta poderia ter obtido preço melhor mais à frente. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está em campo para apurar supostas irregularidades. A diretora da autarquia Norma Parente explica que a CVM acompanha todas as oscilações incomuns de preço e o volume de negócio das ações. "Quanto ao Banco do Brasil, pedimos à Bovespa o relatório de quem negociou os papéis e estamos verificando quem pode ter tido acesso às informações." A diretora não confirmou que a Sabesp esteja sob investigação. O presidente da Associação Nacional dos Investidores do Mercado de Capitais (Animec), Waldir Luiz Correa, comenta que, em todos esses casos, os pequenos investidores jamais tomam conhecimento dos dados sigilosos a que teriam supostamente acesso os insiders (quem detém informações privilegiadas). Correa aponta ainda casos recentes com os papéis da Telesp Celular e da Telemar, que a diretora da CVM também não comentou. Todo investidor que se considerar prejudicado por desvio de informações internas de companhias pode recorrer à Justiça, diz Norma.

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