Publicidade

BTP: dragagem em Santos deve ficar pronta até junho

Por WLADIMIR D'ANDRADE
Atualização:

O presidente da Brasil Terminal Portuário (BTP), Henry Robinson, disse que tem a expectativa de que a obra emergencial de dragagem no trecho 4 do Porto de Santos, onde o empreendimento está localizado, fique pronta até junho. Este é o trecho mais prejudicado até o momento, com um calado operacional de 11,2 metros, enquanto os demais trechos (1, 2 e 3) apresentam calado operacional de 12,7 metros, diferença que leva a uma distorção da concorrência no porto.O tamanho do calado - diferença entre a linha d''água e a quilha do navio - no trecho 4 do Porto de Santos atrapalha as operações da BTP e impede que o terminal opere na sua capacidade plena, pois fica impossibilitada de receber navios com maior volume de carga. Por isso a empresa e o terminal concorrente EcoPorto, que também se encontra no trecho 4, resolveram bancar por conta própria a dragagem que é de responsabilidade do poder público, mas que não conseguiria resolver o problema em um prazo considerado aceitável.Segundo Robinson, as duas empresas juntas já gastaram R$ 6 milhões na dragagem do canal do porto. "É prioridade total completar essa obra para atingir uma isonomia competitiva com os demais terminais no porto", disse o executivo, após participar de painel no 9º Encontro de Logística e Transportes, na capital paulista. Robinson explicou que os trabalhos encontram dificuldades por conta do material rochoso encontrado no solo do canal. "Se não tivermos mais empecilhos até o início de junho a dragagem termina", disse.A dragagem foi alvo de crítica de Robinson durante sua apresentação no evento. O governo havia realizado uma licitação para aumentar a profundidade no canal do Porto de Santos para 15 metros. O contrato, no entanto, venceu no final do ano passado sem que essa medida fosse atingida.De acordo com Robinson, quando o governo fez o anúncio de que a profundidade seria aumentada para 15 metros, ele provocou uma mudança nos planos das companhias que realizam a logística portuária do País. As empresas armadoras e os terminais portuários investiram e se prepararam para operar navios maiores, o que proporciona ganhos de escala para as companhias. "Afetou a logística mundial, mas o governo não cumpriu o programado", disse.Para a segunda etapa do Plano Nacional de Dragagem (PND2), o presidente da BTP exige que seja feito um bom projeto e execução dos trabalhos de forma mais eficiente para que a distorção entre as áreas do porto não aconteça novamente no futuro. Ontem a Secretaria de Portos (SEP) divulgou o edital para a realização da dragagem no canal do Porto de Santos, cujas propostas de interessados serão entregues no dia 11 de junho. "Vamos acompanhar essa licitação e queremos ter certeza de que houve aprendizado por parte do poder público em relação ao último contrato de dragagem", afirmou.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.