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Bunge anuncia investimentos de R$ 3,2 bilhões

Empresa vai ampliar produção de fósforo, um dos componentes dos fertilizantes, para reduzir importação

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Por Márcia De Chiara
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A Bunge Fertilizantes anunciou ontem o maior investimento dos últimos dez anos da companhia no País. Serão aplicados R$ 3,2 bilhões para ampliar em 1,2 milhão de toneladas a oferta de fósforo no mercado interno. O fósforo é um dos componentes básicos dos fertilizantes e o único no qual é viável hoje ampliar a produção. O nitrogênio, o outro componente dos fertilizantes, depende do petróleo, e a produção está concentrada na Petrobrás. Quanto ao potássio, o Brasil não dispõe de reservas naturais desse mineral. Só para se ter uma idéia da dimensão da aposta da companhia, a Bunge Fertilizantes e a Bunge Alimentos têm investido juntas cerca de R$ 400 milhões a cada ano. Agora, apenas uma das empresas faz uma aplicação que é oito vezes maior que a média dos últimos anos, e de uma vez só. Os recursos virão de financiamentos obtidos pela companhia no mercado e de linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A Bunge Fertilizantes faturou no ano passado R$ 8 bilhões no Brasil e deve quase dobrar as vendas neste ano - ou seja, atingir R$ 15 bilhões, segundo o presidente da empresa, Mario Barbosa. "A alta das cotações dos grãos e dos fertilizantes no mercado internacional nos últimos meses tornou viável o projeto de investimento", disse Barbosa. A companhia completa neste ano 70 anos de atuação no País. Ele explicou que os recursos serão aplicados em quatro projetos que irão entrar em funcionamento entre 2009 e 2011. Cerca de R$ 2 bilhões serão gastos na mina de Salitre, que fica em Patrocínio (MG), por meio da Fosfertil, empresa controlada pela Bunge. Perto de R$ 300 milhões vão ser aplicados na expansão do complexo industrial da Fosfertil em Uberaba (MG) e das minas de Tapira e Catalão (GO). Além dessas duas expansões, está prevista a abertura de uma mina de fósforo em Araxá (MG), que deve consumir R$ 320 milhões. Nesse pacote está previsto a abertura de uma jazida de fosfato em Anitápolis (SC), onde serão gastos R$ 565 milhões. Os investimentos da companhia devem reduzir para menos de metade a necessidade de importação de fósforo do País. O consumo doméstico de fósforo é de quatro milhões de toneladas por ano, e a metade vem das importações. Com esse investimento, a companhia dobrará a capacidade de produção de fósforo, observou Barbosa. A empresa, que é a maior processadora de fertilizantes da América do Sul e está entre as cinco maiores na produção de fosfato, subirá nesse ranking quando os investimentos maturarem. A Bunge ficará atrás só da Yara, OCP e Mosaic, as gigantes mundiais. DEFENSIVOS A explosão de preços dos insumos estimula também outros investimentos. O grupo alemão DVA, por exemplo, anuncia hoje que vai aplicar US$ 100 milhões em cinco anos numa fábrica de defensivos agrícolas em Ituverava (SP). Até agora, a companhia era apenas importadora do produto.

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