
26 de agosto de 2015 | 15h27
O mascote da rede Burger King, "Rei do Hambúrguer", está propondo uma trégua - ainda que temporária - a Ronald McDonald.
Em anúncios de página inteira publicados nas edições de quarta feira dos jornais The New York Times e The Chicago Tribune, o Burger King, eterno segundo colocado na disputa entre as redes de hambúrgueres, propôs ao McDonald's, seu rival combalido e ainda poderoso, uma união de forças.
O objetivo? Operar um restaurante durante um dia com funcionários de ambas as empresas, oferecendo um sanduíche chamado McWhopper, mistura do Big Mac com o Whopper, as opções mais vendidas no McDonald's e Burger King.
O resultado das vendas seria doado ao grupo Peace One Day, sem fins lucrativos, que promove campanhas de conscientização para o Dia Mundial da Paz, definido pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1981 para a abertura de sua reunião anual.
Posteriormente, a ONU definiu o dia 21 de setembro como data de celebração da paz mundial, e o Burger King propõe que uma loja móvel seja aberta neste dia num estacionamento entre um McDonald's e um Burger King em Atlanta.
"O ativismo corporativo nessa escala leva à conscientização, e a conscientização leva à ação,e a ação salva vidas", disse o fundador da Peace One Day, Jeremy Gilley, em vídeo publicado no site mcwhopper.com, usado pelo Burger King para explicar sua proposta.
Nenhum executivo do Burger King pôde comentar o caso, mas, num comunicado, o vice-presidente sênior de gestão global demarca da empresa, Fernando Machado, insistiu para que o McDonald's ajudasse a "fazer história e fazer muito barulho em torno do Dia da Paz".
O McDonald's não quis comentar o episódio.
O Burger King agora faz parte de uma empresa com sede no Canadá chamada Restaurant Brands International, criada pelo grupo de private equity 3G Capital com a fusão da rede de hambúrgueres com a Tim Hortons, rede de restaurantes canadense.
Os novos proprietários reduziram custos, como costuma ocorrer com as empresas adquiridas, melhorando rapidamente o desempenho financeiro da combalida rede de hambúrgueres.
Aumentar as vendas foi um desafio maior e, durante algum tempo no ano passado, o Burger King chegou até a perder a posição de segundo colocado para o Wendy's.
Mas a empresa agora se recuperou, apresentando alta de 6,7% nas vendas do segundo trimestre,encerrado em 30 de junho, nas lojas abertas a pelo menos um ano. A gerência atribuiu os ganhos em parte ao sucesso de novidades no cardápio como o sanduíche de lombo e a volta das populares Chicken Fries.
Na proposta para a loja móvel, funcionários de ambas as empresas usariam uniformes especiais, e os hambúrgueres servidos poderiam misturar o pão de cima do Big Mac (no Burger King, essa parte é chamada de "coroa", é claro) e o molho do Big Mac com as fatias de tomate e o hambúrguer de 120g do Whopper, entre outras coisas.
Um ponto de conflito pode ser o ketchup. O McDonald's anunciou que deixaria de usar o ketchup Heinz quando a 3G comprou a empresa, e o Burger King sugeriu que este fosse usado no McWhopper.
E nada foi dito a respeito de qual das redes se encarregaria das batatas fritas. / Tradução de Augusto Calil
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