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Burocracia trava ajuda aos órfãos do câmbio

Por AE
Atualização:

Boa parte das empresas dos setores mais afetados pelo câmbio corre o risco de não ver a cor do dinheiro a juros subsidiados prometido pelo governo. O socorro a essas empresas, batizado de Revitaliza, foi anunciado pelo governo em junho, mas só saiu do papel há cerca de 20 dias. No entanto, termina hoje o prazo para que as empresas se candidatem ao crédito. Até ontem, muitas ainda não haviam conseguido cumprir a maratona burocrática exigida pelo programa. "Quem definiu esse prazo não tem a mínima noção da vida prática num processo creditício", diz Ulrich Kuhn, presidente do Sindicato da Indústria Têxtil de Santa Catarina. Segundo ele, chega a ser impossível para a maioria das empresas que enfrentam dificuldade financeira por conta do dólar fraco reunir toda a documentação necessária num espaço tão curto de tempo. As exigências incluem desde a apresentação de aval e garantias reais para o empréstimo até a entrega de certidão negativa de todos os impostos e de balancetes atualizados. "Para não dizer um palavrão, a gente chama o prazo para essas obrigações de piada de mau gosto?, ironiza Kuhn. O governo criou uma linha de crédito especial, com subvenção econômica pelo Tesouro, para empresas dos setores de beneficiamento de couro, calçados e artefatos de couros, têxteis e confecção, móveis e madeira e pedras ornamentais. Essas empresas são intensivas em mão-de-obra. O total de recursos que podem ser liberados a esses setores soma R$ 3 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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