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Bush admite pela primeira vez que economia está em recessão

Desemprego recorde obriga presidente americano a reconhecer profundidade da crise

Por AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Atualização:

O presidente americano, George W. Bush, reconheceu ontem publicamente, pela primeira vez, que a economia dos Estados Unidos está em recessão. O termo foi usado durante breve pronunciamento depois de dados do mercado de trabalho apontarem para o maior corte de vagas desde 1974. Já na segunda-feira, o Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos Estados Unidos havia anunciado que o país estava em recessão desde dezembro de 2007 - o mais longo período de retração da economia desde 1981. Gráfico: veja a evolução do desemprego nos EUA Para Bush, o desemprego se concentra principalmente nos setores que originaram a crise. "Isto é, em grande parte, por causa dos severos problemas em nossos mercados de moradia, crédito e financeiro, que resultaram em perdas significativas de empregos." Ele ainda expressou preocupação com os trabalhadores, em particular, da indústria automobilística, ao sugerir que é possível que os gigantes de Detroit "possam não sobreviver" à crise. As companhias americanas General Motors (GM), Chrysler e Ford, que passam por dificuldades financeiras por causa do colapso das vendas, pediram um pacote extra de ajuda de US$ 34 bilhões ao Congresso. Já foram aprovados, dentro do plano de US$ 700 bilhões do governo, ajuda de US$ 25 bilhões. Porém, durante o pronunciamento, Bush declarou que o Congresso deve exigir que essas indústrias devolvam o dinheiro do contribuinte, não antes de assegurarem ser capazes de honrar o socorro. Para o presidente americano, essas empresas devem levar em conta todos os aspectos empresariais e demonstrar que podem "não só sobreviver, mas prosperar" em troca da ajuda estatal. Bush acrescentou que essas indústrias devem fazer reformas que as tornem mais eficientes em sua organização. Bush ainda afirmou que sua administração está focada "nas causas que deram origem" à recessão - obstrução nos mercados de crédito e desaceleração do setor de moradia - e tem trabalhado para estabilizar os mercados financeiros e liberar crédito. Ele disse já ter observado sinais positivos. "O crédito está começando a se mover. Um mercado que estava congelado está degelando. Vai levar tempo para que todas as ações que tomamos tenham seu completo impacto."

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