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Bush cobra concessões do Brasil para concluir Doha

Por JAMIL CHADE
Atualização:

O presidente americano George W. Bush cobrou novas concessões por parte do Brasil, China e Índia para que a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) seja concluída e irritou os países emergentes. Hoje, em Londres, Bush apelou para que os emergentes abram seus mercados para bens industriais e serviços. Enquanto isso, em Genebra, a diplomacia americana organizava um encontro para tentar chegar a um acordo nos próximos dias e as declarações do presidente apenas colocaram mais pressão sobre os países em desenvolvimento. Mas a diferença das posições ainda é substancial. "Brasil, Índia e China precisam fazer mais concessões nos seus setores manufatureiros e de serviços para uma conclusão da Rodada Doha", afirmou Bush. "O que me preocupa em Doha é que, enquanto estamos fazendo progressos no lado agrícola, nações como Brasil, Índia e China não estão correspondendo com a abertura de seus setores de manufaturas e serviços", afirmou. "Esse é o momento de completar a Rodada e para que isso ocorra, deve haver mais movimento nos setores manufatureiros e de serviços para que haja um acordo justo e equilibrado", disse. O Brasil, assim como os demais países emergentes, refuta a acusação da Bush. A diplomacia brasileira alega que o problema não está na falta de concessões, mas em uma insistência por parte dos países ricos para que a abertura vá além das possibilidades dos países em desenvolvimento. O Brasil insiste que o Mercosul precisa manter 16% de suas tarifas no setor industrial protegidas, o que significaria que a redução da proteção seria apenas metade do corte das demais taxas aduaneiras. Americanos, suíços e a União Européia alegam que tal flexibilidade seria exagerada e que a proteção não deveria passar de 10% dos produtos importados pelo País.

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