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Bush: governo tem ferramentas para resolver a crise

Por Gustavo Nicoletta
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, numa tentativa de tranqüilizar o nervosismo dos investidores, disse hoje em um pronunciamento que o governo possui as ferramentas necessárias para restaurar a ordem nos mercados financeiros e resolver a crise econômica. Bush disse que continuará a trabalhar com parceiros ao redor do mundo para elaborar respostas coordenadas, mas seu governo tem buscado reduzir as expectativas de que um plano de socorro do G-7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) seja revelado neste fim de semana. "O plano que estamos executando é agressivo. É o plano certo. Levará tempo para que tenha impacto total. É flexível o suficiente para se adaptar conforme muda a situação e é grande o suficiente para funcionar", disse Bush durante um discurso de oito minutos, o mais recente de uma série de comentários sobre a crise. Os mercados de ações asiáticos e europeus registraram forte queda no início do dia, dando continuidade a uma série de declínios desde o corte coordenado nas taxas de juros por alguns dos principais bancos centrais nesta semana. A deterioração nos preços das ações continuava hoje, com o índice Dow Jones recuando aproximadamente 700 pontos nos primeiros 10 minutos do pregão e caindo mais de 300 pontos por volta das 12h25 (de Brasília). Bush disse que a administração está usando as ferramentas disponíveis de forma agressiva. "O governo dos EUA está agindo e continuaremos a agir para resolver esta crise e restaurar a estabilidade nos nossos mercados", afirmou. "O governo federal possui uma estratégia abrangente e as ferramentas necessárias para abordar os desafios da nossa economia." Mesmo assim, as agências reguladoras de bancos avaliam uma série de opções complementares ao pacote de US$ 700 bilhões aprovado recentemente pelo Congresso dos EUA, que até agora fracassou na tentativa de restaurar a confiança dos investidores. Entre as medidas adicionais, está a garantia das dívidas de bancos e dos depósitos nos bancos norte-americanos. Bush classificou a atual crise como "profundamente preocupante para o povo norte-americano." Ele disse que a angústia sobre o problema está alimentando mais inquietação. "Nos últimos dias testemunhamos uma queda impressionante no mercado de ações, grande parte dela em decorrência da incerteza e do medo." Conforme a crise se intensifica, a administração sofre pressão crescente para participar mais ativamente da formulação de uma resposta coordenada com outros líderes mundiais. Os ministros de Finanças e as autoridades dos bancos centrais do G-7 devem se reunir hoje em Washington antes dos encontros anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Bush receberá os ministros de Finanças na Casa Branca na manhã de sábado. Os membros do G-7 incluem o Reino Unido, a Alemanha, a França, a Itália, o Japão, o Canadá e os Estados Unidos. O G-8 consiste em todos os países do G-7 mais a Rússia. As informações são da Dow Jones.

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