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Bush sabia mais do que admitiu sobre venda de ações

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente George W. Bush sabia mais do que admitiu até agora sobre a projeção de prejuízos da Harken Energy, da qual foi acionista e membro do conselho, quando vendeu suas ações da companhia, em 1990, por quase US$ 850 mil. A Securities and Exchange Commission (SEC), a agência federal que regula o mercado de capitais, fez uma investigação e concluiu, em 1992, que Bush não possuía dados suficientes para vender suas ações com base em informação privilegiada. Na época, o atual presidente era um empresário malsucedido, mais conhecido por ser filho e homônimo do então presidente dos Estados Unidos, George H. Bush. De acordo com o Washington Post, novos documentos obtidos pela organização cívica não-partidária Center for Public Integrity (CPI), sob a lei que garante o acesso do público a documentos oficiais, mostram que Bush recebeu "um dilúvio de informações confidenciais sobre o apuro da companhia petrolífera texana" nas semanas que precederam a venda das ações. Bush recusou até agora os pedidos de líderes democratas para que autorize a SEC a divulgar o dossiê da operação. Na semana passada, ele afirmou que "o documento-chave mostra que não há um caso". Duas questões permanecem sem resposta: por que Bush demorou várias semanas para reportar a venda da ações à SEC, como manda a lei, e a identidade do comprador. Os documentos divulgados pelo CPI na sexta-feira mostram que quatro meses antes de vender a quase totalidade de suas ações na Harken, Bush e outros diretores da companhias receberam carta da administração da empresa informando que os lucros de 1989 haviam sido frustrantes. Segundo o jornal, os papéis também ligam Bush à venda pela Harken de uma subsidiária no Havaí, a Aloha Petroleum, que foi contabilizado de uma maneira que mascarou os prejuízos da Harken e provocou comparações com os métodos usados pela Enron. Stephen Moore, presidente do Club for Growth, um comitê de ação política que apóia candidatos republicanos conservadores, disse que se a bolsa não se recuperar e a administração Bush continuar a exibir a incapacidade de responder que tem mostrado, "os republicanos serão varridos do Senado e da Câmara" nas eleições de 5 de novembro.

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