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Cacciola deverá usar tornozeleira com chip

Por Marcelo Auler
Atualização:

Preso há três anos e quatro meses, desde que foi encontrado pela polícia do Principado de Mônaco passeando numa praça, o banqueiro italiano Salvatore Alberto Cacciola está prestes a circular fora dos muros dos presídios após obter a concessão do regime semiaberto na quinta-feira, por decisão da juíza Roberta Barrouin Carvalho de Souza, da Vara de Execuções Penais do Rio. Sem perda de tempo, seu advogado, Manuel de Jesus Soares, anunciou que ontem mesmo ingressaria em Juízo com o primeiro pedido de benefício para o cliente: a visita periódica ao lar (VPL) que, dependendo da decisão do juiz, pode ser durante um fim de semana integral, saindo aos sábados pela manhã e voltando no domingo à noite. Na semana que vem, ele pretende pedir autorização para o preso trabalhar, mas depende de uma proposta de emprego que ainda não quis anunciar. Controle. Cacciola poderá ser um dos primeiros presos a usar, no Rio, as tornozeleiras ou pulseiras com chips que controlam presidiários em liberdade provisória. Na véspera de sair sua progressão de regime, o Tribunal de Justiça e a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) firmaram acordo para usar 300 desses apetrechos, a partir de 2 de fevereiro, quarta-feira. "Todos os presos que tiverem direito a sair do presídio usarão o equipamento", anunciou o presidente do tribunal, Luiz Zveiter, na quarta-feira. O advogado de Cacciola contesta a necessidade desse controle. Lembra que seu cliente não cometeu crime hediondo - a condenação a 13 anos de cadeia é por crimes contra o sistema financeiro. Mesmo admitindo que o fato de ele ter viajado para a Itália, em 2000, poderá pesar contra Cacciola, Soares esclarece "que ele não empreendeu fuga ao se ausentar do País, pois estava liberado pelo Supremo Tribunal Federal, sem impedimento de viagens". "Depois que a decisão foi cassada é que ele ficou no país no qual estava, mas mesmo lá não se furtou a responder o processo, tanto que foi ouvido por carta rogatória", explica. Com a passagem para o regime semiaberto, Cacciola deverá ser transferido do Presídio de Bangu 8 para o Instituto Penal Plácido Sá Carvalho, onde terá maior liberdade interna. Mas, para atravessar os muros do presídio e deixar o Complexo de Gericinó, onde se concentram 19 instituições carcerárias, ele dependerá de autorização do juiz que analisará caso a caso, inclusive investigando a promessa de emprego e pedindo a manifestação de assistentes sociais sobre as visitas periódicas ao lar.

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