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Cacciola diz que BC tinha esquema de corrupção

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-banqueiro Salvatore Cacciola resolveu quebrar um silêncio de cinco anos e revelou que havia corrupção na diretoria do Banco Central (BC) durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. A afirmação foi feita durante entrevista exclusiva para o Jornal da Band, da Rede Bandeirantes, em Roma. Ele é acusado de quebrar o banco Marka por gestão temerária e de comprar informações privilegiadas do BC para operar no mercado financeiro. Cacciola explicou como ele conseguiu convencer o BC a lhe vender dólares abaixo do preço de tabela. "Foram eles, do Banco Central, depois de um almoço com o presidente Fernando Henrique, Clóvis Carvalho e Pedro Malan, que decidiram que não queriam intervir em nenhuma instituição financeira", revelou o ex-banqueiro. Ele disse ter certeza de que o próprio presidente Fernando Henrique estava informado sobre a decisão: "Eu não tenho dúvida daquele almoço. Tanto que o Malan disse: - depois da minha morte é que eu vou contar a verdade nesse caso (sic)." Informação privilegiada Acusado de comprar informações privilegiadas, Cacciola nega enfaticamente que soubesse o que se passava nos bastidores da área econômica do governo quando Gustavo Franco foi substituído por Francisco Lopes na presidência do BC. "A informação privilegiada é a informação de que Gustavo Franco foi demitido na sexta-feira e que, na segunda e na terça-feira, não aconteceu nada no mercado, então vamos comprar dólar", recordou o ex-banqueiro. "Esta foi a informação a que eu não tive acesso." Depois de cinco anos negando irregularidades, Cacciola hoje admite que o principal documento, uma carta da BM&F alertando para o risco, foi feita depois que a venda dos dólares já estava concluída. "O que aconteceu em Brasília não foi um procedimento normal. Foi um procedimento anormal", frisou ele. E se diz vítima e uma chantagem armada pelo então presidente do Banco Pactual, Luis César Fernandes. Segundo ele, era o Pactual que se valia da compra de informações privilegiadas, cuja fonte era Chico Lopes, ainda diretor do BC.

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