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Cacciola recorre ao STJ para não ser algemado pela PF

Advogado confirma que ex-banqueiro já está em Paris e ressalta dois pedidos de habeas-corpus já feitos

Por Felipe Recondo
Atualização:

Um pedido feito pelo advogado Carlos Ely Eluf ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pode impedir que agentes da Polícia Federal (PF) algemem o ex-banqueiro Salvatore Cacciola, que está sendo extraditado nesta quarta-feira, 16, para o Brasil. O pedido foi feito junto a um de habeas-corpus protocolado pelo advogado na semana passada para que seu cliente responda o processo em liberdade. Os pedidos serão analisados pelo presidente do STJ, ministro Humberto Gomes de Barros. Veja também: Secretário diz temer que Cacciola seja solto ao chegar ao País Sem algemas e descontraído, Cacciola aguarda retorno ao Brasil Entenda o caso do ex-banqueiro Salvatore Cacciola Um dos advogados de Salvatore Cacciola, Carlos Eluf, disse nesta quarta que não há nenhuma estratégia de emergência para impedir a extradição do ex-banqueiro para o Brasil, mas confirmou que os dois pedidos de habeas-corpus já foram enviados ao STJ. "Para que sejam respeitados os direitos humanos referentes à dignidade e à integridade. É uma medida que tem que ser aplicada em qualquer país civilizado", afirmou o advogado sobre o uso de algemas. Eluf confirmou que o ex-banqueiro já está em Paris, onde aguarda um vôo da empresa aérea TAM. A previsão, segundo ele, é que Cacciola deixe a França no final da tarde desta quarta e chegue ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, às 5h30 desta quinta-feira. A defesa do ex-banqueiro explicou que, como a prisão de Cacciola foi decretada como cautelar ou preventiva, com prazo máximo de 81 dias, ele poderia ficar em liberdade no Brasil. "Só em Mônaco, ele está preso há 11 meses. Extrapolou muito o prazo legal. Tem ainda outro habeas corpus que está sendo remetido agora ao ministro Humberto Campos (presidente do STJ) para que, quando ele chegar no Brasil, (fique) sob custódia em uma prisão especial, por ser detentor de diploma de curso superior", disse. O advogado ressaltou que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já concordou em enviar um representante da Comissão de Prerrogativas para acompanhar a chegada de Cacciola ao Rio de Janeiro. "Para que sejam assegurados os direitos dele, para que a defesa possa falar com o cliente. Os últimos fatos que têm ocorrido no Brasil (de possíveis casos de abuso de poder) nos causaram grande preocupação porque a reclamação é geral, a gente vê todos os dias nos jornais." Em 2005, Cacciola foi condenado no Brasil a 13 anos de prisão pelo crime de desvio de dinheiro público e de gestão fraudulenta. como tem cidadania italiana, ele passou a viver na Itália e não podia ser preso porque o país não deporta seus cidadãos. Cacciola foi preso no Principado de Mônaco em setembro de 2007 por agentes da Interpol, depois que a 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro expediu o mandado. Posteriormente, o governo brasileiro pediu a extradição - deferida na semana passada pelo príncipe Albert II. (com Agência Brasil)

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