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Cadeias de fast-food entram na rota dos megaeventos

Por Agencia Estado
Atualização:

A rede Pizza Hut de São Paulo acaba de descobrir um novo canal de atuação. A empresa, gerida pelo grupo IRB, quer ganhar os grandes eventos de público para vender suas pizzas. Foi assim no festival Skol Beats, realizado nos dias 20 e 21 de abril em São Paulo, onde a Pizza Hut montou uma mega-estrutura para atender o público, que virou a noite para ouvir música eletrônica. "Montamos uma verdadeira linha de produção", comenta o diretor do IRB Jorge Aguirre, que administra 16 restaurantes da bandeira em São Paulo. Farinha, sal, queijo, entre outros ingredientes, foram manipulados no local. Oitenta funcionários trabalharam administrando os pedidos, que foram assados em cinco fornos. Um caminhão refrigerado armazenou dez toneladas de alimentos, entre refrigerantes e sobremesas. Foram vendidas cerca de mil pizzas por hora. A idéia inicial do grupo era entrar no festival para marcar posição junto ao público jovem. O Skol Beats parecia a oportunidade certa. Durante 20 horas seguidas, dezenas de DJs iriam se revezar no palco para agitar os convidados. Estima-se que 40 mil pessoas assistiram ao Skol Beats realizado no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Embora não revele o investimento na operação, Aguirre admite que a experiência foi bem lucrativa. Tanto que a empresa já está de olho no festival Rock in Rio, que deve acontecer na capital fluminense em janeiro de 2003. Carnaval Outra rede que já se notabilizou pela participação em eventos de porte é a cadeia carioca Bob´s, que relacionou seu nome às folias do Rei Momo. Foram nove carnavais seguidos e, em seis deles, como fornecedor exclusivo de alimentação. Este ano foram vendidos 250 mil latas de refrigerantes e cervejas e mais de 100 mil sanduíches nos quatro dias de desfile. Uma equipe de 1,2 mil funcionários se dividiu em 60 pontos-de-venda ao longo do Sambódromo, incluindo também alguns como ambulantes passando entre as arquibancadas. Há dez anos, o grupo também participa da Fórmula 1 e já se instalou em grandes shows na cidade, como o dos Rolling Stones, há cinco anos, e o show de Roger Waters, este ano, informa o diretor de operações, Antônio Detsi. O Bob´s tem hoje 273 lojas, sendo mais de 200 franquias. Segundo Detsi, a maioria dos eventos são realizados pela própria rede. "Mas temos dois franqueados que participam de feiras menores", comenta ele. Um deles, aliás, não tem nem loja própria. Roda o País com dois trailers da rede e participa de feiras temáticas, como o Rio Boat Show ou a Bienal do Livro. A experiência no assunto garante ao Bob´s convites para eventos. "Não há tantos concorrentes que tenham esse know-how", acredita Detsi. O diretor do Bob´s explica que o maior benefício dessas operações é o marketing: atrelar o nome da rede a eventos de porte. "Em termos de lucro, ganha-se menos do que numa loja, mas o maior retorno é a imagem, pela visibilidade que a marca ganha nesses espaços", diz Detsi, que não revela o investimento na operação. Custo A rede Fran´s Café também já participou de feiras, como a Fenasoft, fornecendo o mix de produtos da cadeia (café, chocolate e derivados, além de pão de queijo, entre outros), mas o sócio José Henrique Ribeiro avalia que o custo atual não compensa. Ele avalia que a estrutura em feiras como a Fenasoft consomem um investimento de R$ 20 mil a R$ 30 mil para o Fran´s. O grupo, entretanto, encontrou uma solução para explorar esse filão sem empatar capital. Criou a divisão Coffe in Company, que loca máquinas de café para eventos, fornecendo tudo o que é necessário para a prestação do serviço. O preço da locação varia de acordo com o porte da feira. Para um evento médio, o preço é atrelado ao número de doses vendidas. A locação pode custar a partir de R$ 500, para um mínimo de vendas de mil doses. Nas vendas que superem esse piso, o lucro é partilhado entre o locatário e o Fran´s Café. Teste A Pizza Hut aproveitou também a passagem no Skol Beats para testar produtos. A empresa colocou à venda durante o festival o Ruffle Max, uma batatinha da Elma Chips que deve ser vendida nos restaurantes da empresa. Segundo Jorge Aguirre, a participação em eventos deve ajudar a incrementar a receita do grupo este ano. No ano passado, a Pizza Hut faturou R$ 30 milhões em São Paulo. Leia mais sobre Comércio e Serviços no AE Setorial, o serviço da Agência Estado voltado para o segmento empresarial.

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