Publicidade

Caem as reservas internacionais da Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar de ter se mantido afastado do mercado, com poucas intervenções consideradas "brancas" (apenas para operações de comércio exterior), o Banco Central argentino perdeu 2,937 bilhões de pesos (US$ 1,47 bilhão pela cotação média de 2,0 pesos por dólar) de suas reservas internacionais nos últimos 30 dias. De acordo com dados do Banco Central, obtidos pela Agência Estado, as reservas internacionais líquidas argentinas caíram de 27,357 bilhões de pesos, no dia 15 de janeiro, para 24,420 bilhões de pesos no dia 15 de fevereiro, último dado oficial divulgado pela instituição. Em dólares, o banco divulgou que essas cifras passaram de US$ 15,04 bilhões para US$ 13,567 bilhões. Esse volume é considerado por analistas econômicos como insuficiente para enfrentar uma eventual corrida bancária. Daí a impossibilidade de o governo flexibilizar ainda mais o "corralito" financeiro (congelamento parcial dos depósitos), que, cada vez mais, vem intensificando a fúria dos argentinos, principalmente os da classe média, que têm depósitos em dólares. Os observadores acreditam que a fúria dos argentinos vem aumentando em proporção maior às dificuldades do governo de administrar uma nova situação de convulsão social. Radicalismo O radicalismo da sociedade, por exemplo, já chegou à porta dos bancos. "Faça pátria, queime um banco", diz uma frase pintada na porta de um banco em Mar del Plata, na província de Buenos Aires. Diante de outra instituição financeira, um cartaz pendurado traz uma proposta ainda menos amável: "Bin Laden, por favor, não se esqueça do Citi (Citibank)". Embora a imprensa argentina tenha veiculado cada vez menos os protestos da classe média argentina, os panelaços, quebradeiras de vidros de bancos e ataques aos caixas automáticos e caminhões de transporte de valores têm sido cada vez mais freqüentes. Por isso, o governo ameaçou ontem que utilizará a repressão se o ataque aos bancos continuar. Apesar dessas ameaças, a violência pode ainda aumentar. No dia 28 deste mês, por exemplo, termina o prazo para a pesificação de parte dos depósitos bancários. Quem não aceitar as novas condições, que transformam os dólares em pesos no câmbio de 1 dólar por 1,4 peso terá de esperar no mínimo dois anos para recuperar esse dinheiro na moeda de origem. A proximidade dessa data está fazendo com que os argentinos intensifiquem seus protestos diante dos bancos em busca de seus dólares. Leia o especial

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.