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Caem os investimentos espanhóis na América Latina

Por Agencia Estado
Atualização:

A desaceleração da economia mundial, as incertezas políticas e a instabilidade dos mercados financeiros no ano passado fizeram despencar os investimentos espanhóis na América Latina. De acordo com dados do Ministério de Economia espanhol, o fluxo de recursos diretos na região caiu 30%, em comparação com o verificado em 2001. Mas não foram só os latino-americanos que receberam menos dinheiro espanhol. O restante do mundo recebeu 28% menos investimentos diretos da Espanha, somando 26,595 bilhões de euros. Esses números praticamente ficaram em cima do previsto pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), que havia antecipado uma retração de 27% para os fluxos mundiais e de 31% para as economias industrializadas em 2002. Apesar desses resultados, a Argentina foi o país na América Latina que mais investimentos espanhóis diretos recebeu. Os dados do governo espanhol mostram que os argentinos captaram 3,53 bilhões de euros, 88% a mais do que em 2001. Vale lembrar, entretanto, que, naquele ano, os espanhóis não só não haviam investido na Argentina e na região como acabaram retirando seu dinheiro pelos temores políticos e a instabilidade dos mercados. O segundo país latino-americano a receber mais recursos em 2002 foi o México, com 2,92 bilhões de euros, com incremento de 67%. O Brasil, que enfrentou um sentimento de desconfiança por causa do processo eleitoral e dúvidas sobre a sua capacidade de honrar seus compromisso externos, recebeu apenas 1,59 bilhão de euros, montante 3% menor ao captado em 2001. O Ministério de Economia constatou ainda que a Espanha também perdeu atrativo como centro de negócios, em comparação ao restante dos países europeus. O investimento estrangeiro direto (IED) na economia espanhola caiu 7,82%, até 25,98 bilhões de euros. Já os investimentos mundiais despencaram 51% no ano passado, de acordo com a Unctad. Esse braço das Nações Unidas atribuiu essa retração à repentina queda do número e volume de processos de fusões e aquisições empresariais.

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