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Brasil gera 328 mil empregos formais em fevereiro

Resultado de fevereiro ficou abaixo do mesmo mês do ano passado

Foto do author Lorenna Rodrigues
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O mercado de trabalho formal brasileiro acelerou no mês passado e registrou um saldo positivo de 328.507 carteiras assinadas em fevereiro. A média dos salários pagos para os novos admitidos, no entanto, voltou a cair.

Os dados registram as demissões e contratações com carteira assinada no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta terça-feira, 29, pelo Ministério do Trabalho. O saldo do mês passado ficou acima do que havia sido registrado em janeiro (150.355), mas abaixo do de fevereiro do ano passado (397.463).

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Depois de subir dois meses seguidos, o salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada voltou a cair, passando de R$ 1.939,80 em janeiro, para R$ 1.878,66 em fevereiro. Em fevereiro do ano passado era de R$ 1.926,36.

No acumulado do primeiro bimestre de 2022, o saldo do Caged já é positivo em 478.862 vagas. Nos dois primeiros meses do ano passado, houve criação líquida de 651.756 postos formais.

O economista da XP Investimentos Rodolfo Margato, disse que o mercado de trabalho formal deve seguir em expansão nos próximos meses, mas a tendência é de arrefecimento na criação de vagas ao longo do ano.

Para o economista da LCA Consultores Bruno Imaizumi, o resultado de fevereiro é um retrato defasado do cenário econômico do fim de 2021. “A situação atual, com juros e inflação elevados, ainda vai impactar o mercado de trabalho ao longo do ano”, completou.

Carteira profissional; o Ministério do Trabalho e Previdência divulgou os dados Cagedde fevereiro Foto: Amanda Perobelli/Reuters

 

Ontem, o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, disse que o número de empregos gerados nos dois primeiros meses deste ano “derruba previsões dos pessimistas” de que o saldo ficaria abaixo de um milhão e previu dois milhões de vagas abertas neste ano. A XP prevê criação líquida de 1,10 milhão de vagas com carteira assinada em 2022. A LCA deve revisar para cima a projeção atual de 895 mil para um número em torno de um milhão de postos de trabalho.

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Setores

A abertura de vagas em janeiro foi novamente puxada pelo desempenho do setor de serviços no mês, com a criação de 215.421 postos formais, seguido pela indústria geral, que abriu 43.000 vagas. Já a construção teve saldo positivo de 39.453vagas em fevereiro , enquanto houve um saldo de 17.415 contratações líquidas no setor agropecuário. No comércio, foram criadas 13.219 vagas no mês.

As admissões ultrapassaram o valor de dois milhões em um mês pela primeira vez desde 2014 em fevereiro, quando foram registrados 1,684 milhão de demissões.O secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Bruno Dalcolmo, destacou que não é possível afirmar que o aumento nas contratações é“estrutural”. “Empresas não continuarão contratando no ritmo do ano passado para sempre”, afirmou.

No segundo mês do ano, 25 Unidades da Federação obtiveram resultado positivo no Caged. O melhor desempenho foi registrado em São Paulo novamente, com a abertura de 98.262 postos de trabalho. Rio Grande do Norte teve um saldo de demissões de 1.451 e, Alagoas, resultado negativo de 600 postos de trabalho. / COLABOROU GUILHERME BIANCHINI 

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