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Cai a participação de estrangeiros na dívida pública

Com a alta do IOF, a parcela de papéis na mão de investidores estrangeiros caiu de 10,23% para 10,19%

Foto do author Eduardo Rodrigues
Foto do author Adriana Fernandes
Por Eduardo Rodrigues e Adriana Fernandes
Atualização:

BRASÍLIAOs aumentos na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o capital externo que entra no Brasil para aplicações em renda fixa diminuíram a fatia do estoque da Dívida Pública Federal Mobiliária interna (DPMFi) nas mãos dos não-residentes no País em outubro. De acordo com o Tesouro Nacional, a parcela de títulos em posse de investidores estrangeiros caiu de 10,23%, em setembro, para 10,19% no mês passado.No entanto, como em outubro houve emissão líquida de R$ 4,22 bilhões, o volume de títulos em posse de estrangeiros subiu de R$ 154,1 bilhões para R$ 155,3 bilhões. Ainda assim, a demanda dos investidores estrangeiros por títulos da dívida interna segue "significativamente" menor em novembro, informou o coordenador geral de operações da Dívida Pública, Fernando Garrido. A retração ocorre porque, com o IOF maior - atualmente em 6% - , a rentabilidade dos aplicadores diminui.O coordenador avaliou que a tendência continua sendo de aumento gradual da participação de estrangeiros no total da dívida interna. Segundo ele, como o IOF mais elevado afeta as aplicações de curto prazo, o mercado interno continuará sendo atrativo para os investidores estrangeiros de longo prazo.Garrido destacou que é natural a queda de participação estrangeira na DPMFI. "Em um primeiro momento, os investidores se retraem para fazer uma avaliação do quadro", argumentou. Por isso, segundo ele, a redução dos leilões de NTN-F (papéis prefixados) com prazos mais longos, de vencimentos em 2017 e em 2021, foi bem-sucedida. "Dada a menor demanda dos investidores estrangeiros, por causa do IOF, esta estratégia deu certo." Equipe. A divulgação na última quarta-feira dos nomes que formarão a equipe econômica da presidente eleita Dilma Rousseff parece ter tranquilizado os investidores, com repercussão imediata no mercado secundário de títulos públicos. Logo após a oficialização dos nomes, os prêmios pagos pelos papéis do Tesouro apresentaram queda."Ou seja, houve uma ligeira variação para melhor, mas ainda é cedo para fazer uma avaliação mais consistente", afirmou Garrido. Para ele, além de reflexo da confirmação da equipe econômica, a redução das taxas dos papéis também foi influenciada pelo pacote econômico de socorro à Irlanda que deu mais confiança aos investidores.O coordenador considerou positivo o resultado da dívida em outubro, quando o Tesouro fez a maior emissão de papéis nos seus leilões ao mercado desde 2006, totalizando R$ 44,675 bilhões no mês. "Não observamos nenhum problema de rolagem da dívida em outubro", destacou.Segundo Garrido, a maior procura dos investidores por papéis prefixados e o calendário de outubro, com cinco semanas, possibilitou a realização de um leilão de títulos a mais do que os outros meses.

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