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Cai em fevereiro o número de operações do BNDES

Por Agencia Estado
Atualização:

O grande volume de operações que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou em janeiro não se repetiu em fevereiro. As consultas, que são o primeiro passo das quatro etapas necessárias para se conseguirem recursos junto à principal fonte de financiamento de longo prazo no país, totalizaram R$ 1,9 bilhão em fevereiro, com queda de 75,7% em relação aos R$ 7,9 bilhões contabilizados em janeiro. Boa parte do volume de janeiro, na verdade, seria ainda remanescente do ano passado, quando os técnicos da instituição não tiveram tempo de "digerir" e foram transferidos para o início deste ano. Também os enquadramentos (pré-aprovação) foram menores em fevereiro, atingindo R$ 1,1 bilhão, o que representa redução de 82,5% em relação ao observado em janeiro. As aprovações (terceira etapa) registraram queda de 53,9%, totalizando R$ 2,2 bilhões, ante os R$ 4,9 bilhões de janeiro. Só os desembolsos tiveram crescimento no mês passado, atingindo R$ 2,65 bilhões, o que representa acréscimo de 36,6%. Nesse total, porém, estão inclusos os R$ 1,1 bilhão que a instituição repassou às empresas do setor elétrico por conta dos prejuízos resultantes do racionamento de energia elétrica no ano passado. Sem essas operações, até os desembolsos de fevereiro teriam ficado abaixo dos de janeiro, que somaram R$ 1,94 bilhão. As operações do BNDES continuam fortemente concentradas em poucos segmentos, especialmente na área de energia, transporte aéreo (clientes da Embraer), veículos automotores (caminhões e ônibus para exportação) e produtos alimentares. Dos R$ 7,1 bilhões das aprovações nos dois primeiros meses do ano, por exemplo, R$ 5,5 bilhões foram alocados para esses segmentos. O setor de energia absorveu R$ 4,6 bilhões desse total, ilustrando a "corrida" de projetos em resposta à convocação do governo para investimentos no setor. Os demais 35 segmentos da economia repartiram R$ 1,6 bilhão das aprovações. No caso dos desembolsos a concentração é menos acentuada. Nos dois meses os desembolsos somaram R$ 4,5 bilhões, dos quais 54% foram alocados nesses segmentos (R$ 2,1 bilhões). Indústria Os dados do BNDES mostram que o setor industrial, que em 2001 foi o maior tomador de recursos na instituição, ainda está demandando poucos financiamentos. Nos dois primeiros meses do ano, as operações aprovadas totalizaram R$ 1,27 bilhão, dos quais R$ 327 milhões foram direcionados para veículos automotores (exportação de caminhões e ônibus), R$ 325 milhões para clientes da Embraer (compradores de avião da ex-estatal) e R$ 243 milhões para o segmento de produtos alimentares. Esses três segmentos responderam por 70% das operações aprovadas pelo banco nos dois primeiros meses deste ano. Os desembolsos para o setor industrial, ou seja, a liberação efetiva de recursos, também continuam concentrados. Dos R$ 1,77 bilhão repassados pelo BNDES às indústrias, R$ 668 milhões foram direcionados para apoiar a Embraer na venda de seus aviões (financiamentos aos seus clientes), R$ 343 milhões para os produtos alimentares, R$ 182 milhões de veículos automotores, R$ 120 milhões para o setor de produtos químicos e R$ 115 milhões para máquinas e equipamentos. Esses cinco setores absorveram 80% do total direcionado pelo BNDES ao setor industrial. Os setores de infra-estrutura e serviços ficaram com a maior fatia de recursos do banco no primeiro bimestre, tanto em termos de aprovações quanto desembolsos. Dos R$ 5,2 bilhões aprovados pelo banco a esse segmento, R$ 4,6 bilhões foram para energia, R$ 179 milhões para transporte terrestre e R$ 143 milhões para o segmento de comércio. Esses três segmentos absorveram 94% do total alocado para a área de infra-estrutura e serviços no período. Os desembolsos também estão concentrados em empresas desses segmentos. A liberação do banco para as empresas de energia totalizaram R$ 1,27 bilhão no acumulado do bimestre, R$ 218 milhões foram o transporte terrestre e R$ 102 milhões para o comércio.

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