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Cai financiamento do BNDES para setor automotivo

Por Agencia Estado
Atualização:

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) às montadoras de veículos e fabricantes de autopeças brasileiros registraram queda de 27% nos primeiros oito meses do ano em relação ao mesmo período de 2001. Os financiamentos totalizaram R$ 579 milhões de janeiro a agosto, volume equivalente a 2,8% do total de recursos liberados pelo banco no período, de R$ 20,921 bilhões, sem incluir as operações no mercado secundário. Grande parte dos recursos foi absorvida por montadoras recém-instaladas no Brasil, como Toyota e Peugeot Citroën. O setor automotivo caiu para o quarto no ranking dos desembolsos obtidos da instituição. O segmento de transportes obteve o maior volume do banco no período - R$ 5,185 bilhões - seguido pelo setor de alimentos e bebidas, com R$ 1,1 bilhão e pelo de papel e celulose, com R$ 592 milhões. A redução dos investimentos em novas fábricas é a principal causa para a queda no total de desembolsos do banco para o setor. A capacidade instalada hoje é de aproximadamente 3,2 milhões de veículos, para uma produção anual de 1,8 milhão de unidades. No ano passado, a retração dos desembolsos do BNDES já foi de 23,5%. Os aportes totalizaram R$ 1,3 bilhão de janeiro a dezembro, ante R$ 1,6 bilhão no ano anterior. Em 2000, o total financiado para o setor foi 23,5% superior ao de 1999, quando os empréstimos às montadoras e fabricantes de autopeças somaram R$ 1,25 bilhão. Peugeot Montadoras recém-instaladas no País, como a francesa Peugeot Citroën e a japonesa Toyota estão entre as empresas que se beneficiaram com desembolsos do banco este ano. Esta semana, o BNDES aprovou financiamento de R$ 24 milhões para a implantação da fábrica de motores da PSA Peugeot Citroën em Porto Real, no Rio de Janeiro. Com capacidade de produção de 50 mil unidades por ano, a unidade vai fabricar motores 1.6 destinados à linha de montagem dos veículos das duas marcas no Mercosul. O investimento total do projeto é de R$ 61,3 milhões. A nova fábrica é parte da estratégia do grupo de alcançar participação de 8% no mercado de veículos do Mercosul em 2004. Os motores que agora são produzidos localmente eram importados da matriz do grupo, na França, ou adquiridos da Renault. Criada em 1997, a Peugeot Citroën do Brasil integra o Grupo Peugeot Citroën, segundo maior fabricante de carros da Europa e sexto maior do mundo, com 3,1 milhões de veículos comercializados no ano passado. A fábrica de veículos de Porto Real, que produz os modelos 206 (Peugeot) e Xsara Picasso (Citroën), foi inaugurada em fevereiro de 2001, e totalizou uma produção de 18,3 mil unidades no ano passado. O BNDES liberou recursos de R$ 335,5 milhões para o projeto de implantação dessa fábrica, em 1988. A nova unidade de motores ocupa uma área de 4,2 mil metros quadrados, integrada à linha de montagem dos veículos. Em 2003, a previsão da montadora é fabricar 29,1 mil motores, dos quais 26 mil serão utilizados no Brasil e 2,4 mil serão exportados para a Argentina. A meta para 2006 é alcançar uma produção de 38,3 mil unidades, sendo 33,3 mil para para uso na fábrica de Porto Real e 5 mil para o mercado externo. Toyota A Toyota foi outra das montadoras instaladas no Brasil que se beneficiou de uma linha do BNDES este ano. A empresa obteve R$ 200 milhões, que integram um total de R$ 677 milhões que foram aplicados na produção da nova versão do Corolla, lançado em junho deste ano, com maior conteúdo nacional. O índice de nacionalização do veículo vai aumentar de 60% para 70% num primeiro momento e, numa segunda etapa, para 80%. Além disso, a empresa terá poderá exportar mais de 20% da sua produção. Com o lançamento, a Toyota quer ampliar seus volumes atuais de aproximadamente 800 unidades para 3 mil Corolla por mês a partir do próximo ano, quando será implantado o segundo turno de produção na fábrica. Até 2010, a companhia quer conquistar uma fatia de 10% do mercado brasileiro. Hoje, sua participação é de 1,6%. Leia mais sobre o setor Automotivo no AE Setorial, o serviço da Agência Estado voltado para o segmento empresarial.

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