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Cai perspectiva do crédito para pessoa física, aponta Serasa

Na direção inversa, volume de crédito para empresas deve retornar ao nível de normalidade em janeiro

Por Lucinda Pinto
Atualização:

O crédito para pessoa física deve mostrar desaceleração no seu ritmo de crescimento a partir de fevereiro de 2010, de acordo com o Indicador Serasa Experian de Perspectiva do crédito. Nesta quinta-feira, 1, foi divulgado o indicador de agosto de 2009, que recuou 1,2% para 101,3 pontos. A queda desse dado começou a ser observada no mês de maio, sugerindo que o ritmo de concessões de crédito com recursos livres às pessoas físicas deve começar a desacelerar entre os meses de setembro de outubro deste ano, iniciando o ano de 2010 com taxas de expansão menores do que as verificadas neste ano.Já o indicador de perspectiva do crédito para pessoa jurídica aponta direção inversa. O indicador cresceu 1,2% em agosto, atingindo o valor de 99,9. Ou seja, o dado sugere que o volume de crédito para empresas deve retornar ao nível de normalidade no início do próximo ano. Segundo o gerente de indicadores de mercado do Serasa Experian, Luiz Rabi, o volume de crédito concedido a pessoas jurídicas com recursos livres ficou em agosto perto de R$ 91 bilhões, 9% abaixo da média de concessões da série histórica. A perspectiva, segundo o indicador lançado hoje, é de que o volume de crédito concedido no mês de janeiro de 2010 retorne à média, ou seja, atinja um volume próximo a R$ 100 bilhões.Esse cenário, segundo Rabi, pode ser explicado pela recuperação do emprego - variável que tem correlação direta com a capacidade dos consumidores contraírem empréstimos -, recuperação da produção, melhora das condições de liquidez no sistema financeiro e, como consequência, menor percepção de risco de crédito.Para a inadimplência, as perspectivas também são positivas para o início de 2010. O indicador para inadimplência da pessoa física caiu 1% em julho de 2009 e atingiu 98,6, o menor nível desde março de 2008 (97,7). Com isso, a expectativa é de que os atrasos superiores a 90 dias representem, em janeiro de 2010, uma taxa inferior à registrada no mês de agosto pelo Banco Central, de 8,4%. Para pessoas jurídicas, o indicador recuou 7% em julho, na sexta queda mensal consecutiva, atingindo o valor de 105,3. Esse dado sugere que, em janeiro de 2010, a inadimplência das empresas poderá retornar aos níveis históricos, perto de 2,40%. Em agosto, essa taxa foi de 3,90%.ProduçãoO Indicador Serasa Experian de Perspectiva da atividade econômica, lançado hoje, mostra que o hiato do produto (diferença entre o produto potencial e o produto efetivo) deve fechar em janeiro de 2010. O indicador tem o objetivo de antecipar o movimento da atividade nos próximos seis meses. O dado divulgado hoje, referente a julho de 2009, atingiu o valor de 99,9, o que significa que num prazo de seis meses (janeiro de 2010) a economia terá retornado ao seu patamar de equilíbrio.Esse indicador de perspectiva considera 100 como ponto de equilíbrio da economia. Valores superiores a 100 e em trajetória de alta indicam economia em expansão; acima de 100, mas em trajetória de queda sugerem reversão; abaixo de 100 e em trajetória de queda sinalizam crise e valores abaixo de 100, mas em trajetória ascendente apontam recuperação.Segundo a Serasa, o indicador de perspectiva econômica já registra oito meses consecutivos de alta, após atingir o menor nível da série em dezembro de 2008 (98,3). Em julho, o indicador cresceu 0,2%, para 99,9. Segundo o economista-chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi, a evolução do hiato do produto está no centro de um debate importante porque é ele que vai determinar os próximos passos da política monetária. "O indicador fortalece a corrente dos economistas que acreditam que o PIB voltará ao seu ponto de equilíbrio já no primeiro semestre de 2010", afirma.Para Rabi, o risco é que esse indicador de perspectiva continue avançando nos próximos meses, antecipando ainda mais o momento do fechamento do hiato. Para calcular esses indicadores de perspectiva a Serasa leva em conta 325 séries de indicadores econômicos, de atividade, setoriais, inflação, mercado financeiro entre outros.

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