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Caixa: carteira de crédito deve crescer 30% em 2009

Por Fernando Nakagawa
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A Caixa Econômica Federal pretende ganhar mercado no crédito em 2009. A previsão da instituição é crescer 30% nos empréstimos, dez pontos porcentuais acima da média do mercado, que tem previsto expansão entre 18% e 20%. O vice-presidente de controle e risco do banco, Marcos Vasconcelos, explica o desempenho acima da média "pelo passado recente" do banco nos empréstimos. "Vamos continuar concedendo crédito", resumiu. Entre os segmentos atendidos pela instituição, o principal destaque deve ficar com os empréstimos às empresas. A Caixa pretende aumentar a carteira de financiamento às pessoas jurídicas em 35%. Nas linhas para as pessoas físicas, o crescimento deve ser menor, de 25%. Na habitação, a expectativa é de aumento entre 30% e 35%. Ao ser questionada sobre a crítica feita nos bastidores pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a Caixa deveria dar preferência aos empréstimos para pequenas e médias empresas ao invés de financiar grandes companhias, como a Petrobras, a presidente do banco, Maria Fernanda Coelho, foi evasiva. "A preocupação da Caixa é atender as empresas brasileiras. Nós temos um foco nas micro e pequenas empresas, mas em um momento de retração do mercado e da economia, onde as outras instituições não atenderam os segmentos, a Caixa prontamente esteve à disposição. É um grande banco público brasileiro, presta serviço para a população brasileira e às empresas brasileiras". Spread A direção da Caixa rebateu as críticas de que o banco elevou os spreads bancários - diferença entre a taxa de captação e o juro do empréstimo - no último trimestre de 2008 em meio ao agravamento da crise financeira. O vice-presidente de controle e risco da instituição, Marcos Vasconcelos, diz que uma eventual elevação dos spreads ocorreu de forma "não ativa". O vice-presidente de finanças do banco, Márcio Percival, afirma que o spread oscilou de forma "involuntária". "O custo de captação da Caixa caiu com o aumento da procura dos poupadores por grandes instituições. Isso aumentou a nossa captação nos depósitos", explica Vasconcelos. "Ao mesmo tempo, nós não aumentamos as taxas em nenhum momento. Por isso, o spread acabou aumentando. Mas não foi uma decisão ativa", disse o vice-presidente de controle. Ele lembrou que a instituição anunciou, no fim de dezembro, a queda das taxas de juros como forma de repassar o menor custo de captação da instituição. O vice-presidente de finanças da instituição financeira disse ainda que nessas situações - em que o custo de captação oscila - "o spread sobe ou desce involuntariamente". "Se subiu, foi involuntário." Ele afirmou que o spread praticado pela Caixa é "muito abaixo da média do mercado". A diretoria do banco, no entanto, não apresentou números relativos ao spread durante a divulgação do balanço. Crédito tributário O balanço do quarto trimestre de 2008 da Caixa Econômica Federal foi beneficiado pelo uso de crédito tributário no valor de R$ 840 milhões. Segundo o vice-presidente de controle e risco do banco, Marcos Vasconcelos, a instituição teria apresentado lucro entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões no trimestre se o crédito não fosse utilizado. No ano, o uso de créditos tributários somou cerca de R$ 1,7 bilhão. Segundo o balanço do banco, o lucro líquido - após o uso do crédito - ficou em R$ 618 milhões no quarto trimestre do ano passado. O valor é 15,4% menor que o registrado no último trimestre de 2007. Vasconcelos explica a redução do lucro líquido por "questões sazonais", como o reajuste salarial de cerca de 10% dos bancários.

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