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Caixa, devagar, volta a financiar imóveis

A Caixa Econômica Federal retomou parte do financiamento imobiliária pois investidor, com a crise, está trocando fundos por imóveis. Mas financiamento para a classe média continua suspenso

Por Agencia Estado
Atualização:

A Caixa Econômica Federal está relançando algumas modalidades de financiamento de imóveis que haviam sido suspensas no final de agosto. Ela financiará a aquisição e reforma de imóveis comerciais para pessoas físicas, além de reforma e ampliação de unidades residenciais e compra de materiais de construção. Para tanto, tem disponíveis R$ 700 milhões. Permanecem suspensos os empréstimos para compra de imóveis residenciais novos, usados ou na planta para a classe média. Na prática, segundo o diretor de Finanças da instituição, Valdery Albuquerque, a instituição está voltando de forma devagar ao financiamento imobiliário. "É o começo da reabertura desse mercado", avalia. Albuquerque explicou que a Caixa está estudando alternativas para reabrir também essas linhas até o final do ano. Segundo ele, a idéia atual é atender uma demanda que foi identificada recentemente pela direção da Caixa: é cada vez maior a procura dos investidores que tinham recursos aplicados em fundos de investimentos por ativos reais, no caso, imóveis. "Com tanta incerteza no mercado, pessoas estão saindo dos ativos financeiros, como os fundos, e procurando imóveis. Essa é uma forma de se proteger", afirma Albuquerque. O valor máximo a ser financiado nas operações reabertas esta semana permanece em R$ 180 mil. No entanto, a maior novidade é o índice de correção do saldo devedor que deixa ser a Taxa Referencial (TR) e passa a ser indicadores de preços como Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M), o que pode elevar o custo dos empréstimos. O uso desses índices para reajustar os contratos imobiliários ganhou força com a edição, no mês passado, de uma Medida Provisória (MP) regulamentando a substituição da TR. Nas operações para reforma ou ampliação de unidades residenciais, o custo do empréstimo será de12% ao ano e o prazo máximo de 96 meses com possibilidade de o tomador financiar até R$ 90 mil. Nos empréstimos para compra de material de construção, a Caixa financia até R$ 180 mil e os juros variam de 14,1% ao ano, para imóveis residenciais. Apesar das incertezas que predominam no mercado financeiro, a direção da Caixa acredita que haverá demanda por esses recursos. A expectativa é que os R$ 700 milhões sejam totalmente utilizados nos próximos seis meses. Segundo o diretor financeiro da instituição, essa foi a forma encontrada pela Caixa para reativar algumas linhas minimizando o prejuízo para o banco já que a nova fonte de recursos, letras hipotecárias, é mais adequada do que a caderneta de poupanças. A Caixa espera contar ainda com mais R$ 1 bilhão de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para financiar a aquisição de imóveis residenciais novos e na planta para a classe média. A liberação do dinheiro depende de aprovação do Conselho Deliberativo do FAT. Já a compra de imóveis residenciais usados só será possível com o lançamento do consórcio imobiliário que está sendo negociado com o Banco Central.

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